Manaus, 24 de abril de 2024
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Manaus, 24 de abril de 2024

Cultura

Paixão pelo cinema: cineasta amazonense conta trajetória com sétima arte

O cineasta Castro Jr. já produziu cerca de 15 curtas-metragens, entre eles, destacam-se 'Rambo da Amazônia - O Rapto da Professora' e 'Submersos'

Paixão pelo cinema: cineasta amazonense conta trajetória com sétima arte

(Foto: Castro Jr. Arquivo pessoal)

MANAUS, AM – A câmera super 8, primeira filmadora portátil da história, fez sucesso em todo o mundo assim que foi lançada na década de 60. Mas, além de revolucionar o cinema, a pequena câmera portátil também despertou a paixão pela sétima arte em um menino que, coincidentemente, tinha 8 anos de idade quando a viu pela primeira vez.

Hoje, aos 48 anos, o cineasta amazonense Manoel Castro Júnior relembra como sua trajetória está ligada ao surgimento dessa tecnologia. Ele contou que no auge da Zona Franca de Manaus (ZFM), foi por meio do seu pai, técnico em eletrônica,  que ele teve acesso ao equipamento.

“Na época eram câmeras filmadoras de cinema mesmo, as câmeras super 8, gravavam em película. Ele levava lá pra casa – e meu pai sempre se envolvia muito com a gente nessa questão, de fazer seu trabalho, de mostrar as novidades. Aí ele trouxe essa câmera super 8 e eu me apaixonei”, contou.

Castro Jr. já produziu cerca de 15 curtas-metragens, entre eles destacam-se Rambo da Amazônia – O Rapto da Professora”, que apresenta o ator Aldenir Coti em uma aventura pela Amazônia e o filme de suspense Submersos.

(Foto: Divulgação)

O cineasta conta que começou a produzir pequenos filmes em casa, na companhia dos irmãos e nunca mais parou. “A gente fazia as filmagens na época, e como os filmes tinham que ser revelados eles eram mandados pro Panamá e aí voltavam pro Brasil depois de 30 dias, aí a gente assistia os filmes realmente projetados na parede”, disse.

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O resultado foi uma série de filmes que hoje ele guarda como um acervo da família e compartilha com muito orgulho nas redes sociais. Nos vídeos a história da família do cineasta se confunde com a história da capital amazonense, mostrando imagens que são uma verdadeira raridade.

Filmografia

O cineasta amazonense já roteirizou, produziu, dirigiu e editou diversos curtas-metragens. As produções muitas vezes foram feitas de forma independente com a ajuda de amigos.

“A maioria das vezes a gente tem que fazer dessa forma, na base do ‘faça você mesmo’. Se a gente for esperar pelo poder público ou por iniciativa privada a gente acaba demorando muito, mas a maioria das vezes – isso num passado próximo – a gente fazia com os próprios recursos e às vezes conseguia apoio de algum amigo, empresa [sic]”, disse.

Além disso, o cineasta ministrou cursos e oficinas de cinema para alunos da rede pública e também realizou projetos em bairros carentes de Manaus. Um desses filmes foi “X-Nove – O Diário do Tráfico”, gravado em 2008 com adolescentes do projeto “Galera nota 10”.

Castro Jr.na produção de Submersos (Foto: Arquivo pessoal)

“Não teve apoio de ninguém, a gente fez na cara e na coragem, mas foi um filme de grande importância pra mim. Mostrando a problemática vivida pelos moradores, pelos jovens ali da zona Leste, mas precisamente do Mutirão, que é o tráfico de drogas e a violência”, explicou.

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Já em Submersos, o cineasta contou com o apoio do Amazon Sat, após ganhar um concurso de roteiros. E na produção de Rambo da Amazônia ele revela que o resultado foi gratificante. “O produto final do Rambo da Amazônia foi muito gratificante, quando ele foi exibido na sua premier o público vibrava com o filme. Foi de arrepiar na época”, relembrou.

Castro Jr. no lançamento de Rambo da Amazônia (Foto: Arquivo pessoal)

Contudo, Castro Jr. afirma que para o futuro, o plano é buscar financiamentos para fazer as produções e assim aumentar a qualidade dos projetos. Ele destaca a importância de incentivo públicos para que as produções amazonenses ganhem destaque nacional.

“A galera em Manaus já tá começando a tomar um rumo mais profissional. Isso é bem legal. Logo no início a gente fazia aquela coisa de só fazer por vontade e às vezes o produto não tinha tanta qualidade profissional, hoje a gente já percebe que isso tá mudando, já temos equipes aí com grade potencial profissional […]. Então pra mim o que faltando ainda pra destaque nacional, seria realmente mais oportunidade, mais editais do poder público pra gente fazer mais filmes”, afirmou.

Apesar das dificuldades, o cineasta garantiu que novos projetos serão lançados e o público pode esperar mais histórias de suspense e lendas. “Temos alguns projetos em andamentos, temos projetos que estão já finalizados no papel, temos outros que a gente tá escrevendo ainda e podemos esperar sim coisas legais. A coisa que eu mais sou apaixonado na vida é cinema, é minha paixão!”, enfatizou.