Manaus, 23 de abril de 2024
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Política

Pazuello sairá algemado se mentir em novo depoimento, diz Omar Aziz

'Manda ele sem habeas corpus lá, ele não vai brincar mais com a CPI', afirmou o senador Omar Aziz, nesta segunda-feira, 24

Pazuello sairá algemado se mentir em novo depoimento, diz Omar Aziz

Foto: reprodução

Brasília/DF – O senador Omar Aziz (PSD), que preside os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, afirmou que se o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, mentir de novo durante o seu depoimento, ele sairá algemado da comissão. A afirmação foi feita nesta segunda-feira (24), durante entrevista cedida ao UOL Entrevista.

“Não posso afirmar que vou prendê-lo, mas pode ter certeza que, se ele mentir… Se ele tiver um habeas corpus, eu não poderei prendê-lo. Manda ele sem habeas corpus lá, ele não vai brincar mais com a CPI e a população brasileira”, afirmou Aziz.

“O desrespeito não foi a mim e aos senadores. Foi um desrespeito à sociedade brasileira e ao Exército brasileiro. Se ele mentir, sairá algemado de lá”, criticou o senador sobre a participação do ex-ministro no ato pró Bolsonaro ocorrido nesse domingo (23), em várias cidades dos país, promovendo aglomeração de pessoas.

Pazuello será reconvocado para depor na CPI da Covid e o requerimento para o novo interrogatório será votado na quarta-feira (26). Está sendo necessário um novo depoimento em razão de versões conflitantes sobre as negociações por vacina por parte do governo federal.

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“Quando eu digo ‘no máximo o presidente mentiu, e mentira não leva ninguém à cadeia’, é baseado no que o Pazuello falou. O presidente, um dia, diz que quem manda é ele e que não vai comprar vacina nenhuma. Aí o Pazuello chega, a gente faz essa pergunta e ele diz: ‘não, eu nunca recebi essa ordem, por isso estava negociando a vacina’. Foi baseado nisso”, explicou Aziz.

Aziz ainda falou que, diferentemente do que aconteceu no depoimento do ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten — que teve a prisão pedida pelo relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB), o que foi descartado por Aziz —, um pedido de prisão hoje não afetaria a credibilidade da comissão. Isso porque, na avaliação dele, a CPI já se encontra “consolidada”.

“A atitude que eu tomei em relação ao Fábio Wajngarten… Os próximos depoentes não esperem que eu tenha a paciência. Se eu amanhã tomar a decisão de prender um depoente mentiroso, pode ter certeza que a CPI não acabará. Acabaria [no episódio de Wajngarten] porque estava no início. Hoje não. Hoje está consolidada”.

Pazuello já falou à comissão nos dias 19 e 20 de maio. A participação dele foi dividida em dois dias devido à extensão do primeiro dia de depoimento —quando, além disso, o ex-ministro teve um mal-estar.

(*) Com informações do UOL