Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Brasília/DF – O senador do Amazonas e presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Omar Aziz (PSD), afirmou que a cidade de Manaus foi usada como cobaia pelo governo federal nas ações de enfrentamento da covid-19. A declaração foi dada em entrevista ao Canal UOL, na manhã desta segunda-feira (24).
“No meu entendimento, o Brasil nunca apostou na vacina, sempre apostou na imunização de rebanho, apostou no tratamento precoce. Inclusive, chegou ao ponto de criar um aplicativo, uma calculadora, sei lá o que a gente pode chamar daquilo, chamado ‘TrateCOV’, e se vocês souberem o que é o ‘Trate’, eu não sei o que é, o ‘Covi’ eu sei que é covid, e usou a cidade de Manaus como cobaia”, disse Omar Aziz.
“Chegou aqui, fez o lançamento aqui, anunciaram na rede Brasil, e o ministro depois diz que ‘não, é que colocaram no site os hackers, sei lá o que’, sempre tem uma versão para todos os fatos negativos que aconteceram durante sua gestão e a sua passagem no ministério”, continuou o senador.
Para Aziz, os depoimentos que já rolaram no decorrer da CPI dão a entender que o objetivo é isentar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) das responsabilidades pelas omissões no combate a covid-19 no país, principalmente em relação a compra de vacinas.
Leia mais: Omar se diz feliz na presidência da CPI: ‘sou o ponto de equilíbrio’
“Pelo que nós ouvimos, principalmente pelo Pazuello, que passou mais tempo ali na pasta, parece que eles isentam o tempo todo, tentam isentar o presidente de qualquer responsabilidade, principalmente na compra de vacinas”, afirmou.
“Ele conseguiu de cada fato que aconteceu, durante esse tempo que ele passou a frente do ministério, ele criou uma versão, ele cria uma versão sobre a vacina e o presidente diz ‘quem manda sou eu, não vou comprar essa vacina chinesa, essa coronachina’, e ele chega na CPI e diz ‘não, o presidente nunca me desautorizou a não comprar vacina’”, continuou.
De acordo com Omar Aziz, foi confirmado para depor na próxima quinta-feira (27), o Dr. Dimas Covas, que é diretor-presidente do Instituto Butantan. A expectativa do senador é de que o médico revelará informações importantes sobre a produção de vacinas.
“Eu acho que o depoimento nessa quinta-feira, já que o coronel Élcio está com covid e diz que teve algumas sequelas e, realmente, essa doença dá sequelas, não vai poder estar quinta-feira. Quem estará e foi confirmado ontem à noite, eu recebi um telefonema e confirmou a presença dele quinta-feira, será a pessoa que poderá, sem nenhuma mentira, será o Dr. Dimas Covas que falará sobre a questão vacina Coronavac, o que poderia ter sido feito para que a gente pudesse produzir mais vacinas, como foi o tratamento, o que realmente aconteceu, não uma versão, mas o fato que aconteceu. Daí sim eu acho que teremos conclusões muito positivas em relação a omissão na compra de vacinas”, disse.
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, siga no Instagram e também no X.
