Manaus, 24 de abril de 2024
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Manaus, 24 de abril de 2024

Economia

Mesmo na 2ª onda da covid-19, PIM teve ‘respiro’ de R$10,22 bilhões

Apesar do bom desempenho em janeiro de 2021, período mais crítico da pandemia no Estado, representantes do setor industrial do Amazonas pedem cautela nos próximos meses

Mesmo na 2ª onda da covid-19, PIM teve ‘respiro’ de R$10,22 bilhões

Foto: Divulgação Suframa/Salcomp

MANAUS – No início da segunda onda da pandemia da covid-19 no Amazonas, o Polo Industrial de Manaus (PIM) conseguiu registrar faturamento de R$ 10,22 bilhões, em janeiro de 2021. O número representa alta de 13,71% frente a igual mês do ano anterior, quando a indústria amazonense arrecadou R$ 8,96 bilhões.

A mão de obra também cresceu no período, somando mais de 100 mil vagas diretas e indiretas, conforme mostra o balanço divulgado nesta terça-feira (6), pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

Os produtos eletroeletrônicos, com faturamento de R$ 2,32 bilhões e crescimento de 6,42%, e bens de informática com faturamento de R$ 2,56 bilhões e crescimento de 33,9%, contribuíram com quase metade do montante total do PIM no primeiro mês de 2021.

Outros segmentos que também se destacaram foram: metalúrgico, com faturamento de R$ 1,09 bilhão e crescimento de 36,08%;  químico, com faturamento de R$ 1,04 bilhão e crescimento de 13,39%; termoplástico, com faturamento de R$ 987,51 milhões e crescimento de 60,62% e mecânico que faturou R$ 735,63 milhões e cresceu 2,54%.

Empregos

Os indicadores da Suframa também sinalizaram que o PIM começou o ano com bom desempenho em relação à mão de obra. São 100.005 trabalhadores, entre efetivos, temporários e terceirizados.

O resultado representa uma alta de 1,13% ante dezembro de 2020, quando foram registrados 98.884 trabalhadores e de 7,01% na comparação com janeiro do ano passado, que tinha o número de  93.453 funcionários.

“O grande indicador a ser observado não é nem o faturamento, mas a manutenção dos postos de trabalho e a possível geração de emprego. São dois grandes desafios que o nosso país tem neste momento: o primeiro é superar a pandemia com a imunização da população e, em paralelo a isso, resgatar a dignidade, o emprego e a renda”, avalia o presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco.

Segunda onda

Périco explica que a indústria amazonense vinha de uma atividade bastante aquecida no segundo semestre de 2020, o que ajudou a recuperar os meses de impacto por conta da primeira onda da pandemia. Ainda segundo ele, o setor conseguiu manter o desempenho em janeiro deste ano até ser impactado com a 2ª onda da doença.

Vale mencionar que, no ápice dela, Manaus sofreu uma crise na rede pública de saúde com a falta de oxigênio e leitos de UTI para atender pacientes com covid-19.

“Agora há uma atenção grande com essa segunda onda em outras regiões do país, que pode causar dificuldade para as empresas escoarem seus produtos da mesma maneira que ocorreu no passado aqui e temos que olhar, principalmente, a questão dos empregos”, finaliza.

Quem também pediu cautela, apesar do bom desempenho do PIM, foi o superintendente da Suframa, Algacir Polsin. Para ele, é preciso ter prudência em relação aos resultados nos próximos meses, principalmente, em virtude do agravamento dos efeitos da pandemia em todo o País.

“Aproximadamente 98% do nosso faturamento é oriundo do mercado nacional, então, precisamos avaliar o quanto essa nova onda da pandemia impactará o ambiente de negócios e, consequentemente, o nosso desempenho do primeiro semestre. Contudo, começar o ano de forma tão positiva foi muito importante e nos permite, sem dúvidas, ganhar um otimismo e vigor que, neste momento de dificuldade, são fundamentais”, disse Polsin.