
Pix - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Manaus (AM) – A Receita Federal começou a monitorar, já em janeiro de 2025, transações financeiras realizadas pelo Pix que ultrapassem R$ 5 mil mensais para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas. A medida visa intensificar a fiscalização tributária e combater a sonegação fiscal.
O economista Juarez Baldoino explicou ao Portal AM1 que essa iniciativa representa um avanço no controle das movimentações financeiras.
“A Receita Federal é o órgão responsável pela arrecadação de tributos federais e agora ganha uma ferramenta adicional com o Pix. Antes, ela já podia acessar informações por meio do Banco Central, mas o Pix permite um monitoramento mais facilitado e detalhado”, destacou.
Segundo Baldoino, a Receita poderá rastrear a origem dos recursos, cruzar dados e verificar inconsistências fiscais.
“Esse rastreamento permitirá checar renda, tributação e outras obrigações, tanto de pessoas físicas quanto jurídicas. É um instrumento poderoso para garantir que as operações financeiras estejam alinhadas com a legislação”, explicou.

Juarez Baldoino – Foto: Divulgação
Regras e monitoramento
Com a novidade, as instituições financeiras terão de reportar semestralmente à Receita Federal todas as movimentações que excedam os limites estabelecidos. Esses dados serão analisados para identificar possíveis divergências nas declarações fiscais.
Quem movimentar valores abaixo desses limites não será impactado. No entanto, contribuintes que ultrapassarem o teto precisarão comprovar a origem e o destino dos recursos, apresentando documentos que justifiquem as operações.
Empresário avalia impacto das novas regras do Pix
A implementação das novas regras para o monitoramento do Pix, iniciadas em janeiro de 2025, tem gerado dúvidas e preocupações entre empresários. Para o proprietário de uma loja em Manaus, Elielson Chaves Barbosa, a medida representa um desafio adicional na gestão financeira, exigindo estudo e planejamento para evitar complicações fiscais.
“Essa mudança ainda é uma novidade para mim. Preciso entender melhor como organizar nossas operações para atender a essas exigências. É importante trabalhar corretamente para não ter problemas com o Fisco”, afirmou Barbosa ao Portal AM1.
Embora o empresário reconheça a importância do controle financeiro, destacou que o uso do Pix ainda representa uma parcela pequena no faturamento de sua loja, inferior a 10%. Segundo Barbosa, muitos clientes ainda preferem utilizar cartões de débito e crédito, mesmo com as vantagens do Pix.
“Seria até melhor se mais clientes utilizassem o Pix, porque o dinheiro entraria diretamente na conta, mas essa nova regra nos obriga a repensar como gerenciar as transações. Precisamos planejar bem para evitar complicações”, explicou.
Barbosa também criticou a burocracia imposta pelas novas diretrizes que, muitas vezes, quem age regularmente acaba arcando com custos e dificuldades que deveriam ser direcionados a quem comete irregularidades.
“Infelizmente, o governo cria situações que dificultam a vida de quem trabalha direito. Enquanto isso, quem tenta burlar o sistema continua encontrando formas de escapar. Para quem quer operar de forma legal, como nós, isso é mais um obstáculo”, disse.

Empresário se planeja para as novas regras do Pix – Foto: Celso Maia/AM1
Cuidados para evitar problemas
O economista adverte que contribuintes devem estar atentos à regularidade de suas transações financeiras.
“É preciso ter cuidado com a origem dos recursos e garantir que eles estejam devidamente legalizados. Isso evita complicações no cruzamento de dados pela Receita”, disse Baldoino.
Especialistas recomendam guardar registros detalhados das transações e revisar com frequência as declarações fiscais. Consultar contadores ou advogados tributaristas também pode ser essencial para evitar problemas futuros.
Próximas mudanças no Pix
Além do monitoramento pela Receita Federal, novas funcionalidades estão previstas para o Pix em 2025. Entre elas, o lançamento de um sistema de agendamento de pagamentos automáticos e a ampliação do uso do Pix como garantia em operações de crédito.
Desde seu lançamento em 2020, o Pix se consolidou como uma das principais formas de pagamento no Brasil. Com as mudanças, espera-se maior transparência e eficiência nas transações financeiras.
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