Manaus, 3 de julho de 2024
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Cidades

Polícia alerta para exposição excessiva da imagem de Djidja Cardoso

Guilherme Torres destacou a exposição excessiva em torno da imagem da ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso, encontrada morta em 28 de maio, deste ano.

Polícia alerta para exposição excessiva da imagem de Djidja Cardoso

(Fotos: Divulgação/Arte AM1)

Manaus (AM) – A maioria dos estudiosos reconhece a superioridade da imagem sobre o nome. Ao Portal AM1, o delegado-geral adjunto da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), Guilherme Torres, destacou a exposição excessiva em torno da imagem da ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso, encontrada morta em 28 de maio, deste ano.

“Eu queria fazer um pedido e esclarecer o posicionamento da Polícia Civil do Amazonas em relação à exposição excessiva em torno da imagem de Djidja, quanto de seus familiares neste caso. A pessoa ainda que morta ela preserva os direitos de imagem. Então, por vezes estamos vendo publicações ofensivas às imagens de todas essas pessoas envolvidas nesse evento funesto. Uma tragédia envolvendo toda uma família. A polícia civil não compactua com a divulgação excessiva das imagens do caso Djidja”, advertiu o delegado Guilherme Torres.

 

 

O delegado-geral adjunto explicou que estão ocorrendo duas investigações. A primeira, relacionada à suposta seita e o tráfico de drogas, que está sendo conduzida pelo 1º Distrito Integrado de Polícia do Amazonas. E a outra é para descobrir a causa da morte de Dilemar Cardoso Carlos da Silva, mais conhecida como Djidja Cardoso, de 32 anos, conduzida pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS). Contudo, a repercussão midiática precisa respeitar a imagem da ex-sinhazinha, reforçou o delegado.

 

O Potal AM1 também falou com advogado e Hudson Mancilha, que disse que “ainda que se trate de pessoa falecida, caso haja alguma violação aos  daquela pessoa que morreu, por exemplo, violação de fama, honra da pessoa, qualquer coisa que viole o direito da personalidade da pessoa falecida. No Artigo 12, Parágrafo único do Código Civil e no Artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal é bem claro neste casos”.

Nestes casos, Hudson Mancilha, que também é professor universitário,  destaca que parentes de até quarto grau podem ingressar com uma ação compensatória, uma ação indenizatória por danos morais.

Investigação

No dia 28 de maio, Djidja Cardoso foi encontrada morta na própria em cima da cama, na própria residência. Conforme a polícia, parentes decidiram ir à casa de Djidja, porque não conseguiram contato com ela por telefone. E quando chegaram à casa, se depararam com ela já sem vida.

Porém, antes mesmo da morte de Djidja, a Polícia Civil já vinha investigando há pelo menos 40 dias, o grupo sobre tráfico de drogas por parte dos familiares dela. A polícia, inclusive, já havia descoberto que os envolvidos no crime coletavam a droga quetamina em clínicas veterinárias e realizavam a distribuição do fármaco entre os funcionários da rede de salões de beleza em que Djidja era proprietária.

Dois dias depois da morte de Djidja, a Polícia Civil realizou buscas na residência da família, no salão de beleza e em uma clínica veterinária onde apreendeu diversas seringas, produtos destinados a acesso venoso, agulhas e quetamina, além de aparelhos celulares, documentos e computadores.

Diante das provas, a polícia prendeu o irmão e a mãe da ex-sinhazinha, Ademar Farias Cardoso Neto e Cleusimar Cardoso Rodrigues, por suspeita de tráfico de drogas e associação ao tráfico. Eles foram presos na quinta-feira (30). Segundo a polícia, o local era insalubre e usado para manter vítimas em cárcere privado.

Os presos responderão por tráfico de drogas, associação para o tráfico de drogas, e por colocar em perigo de saúde ou a vida de outrem, falsificação, corrupção, adulteração de produtos destinados a fins terapêuticos e medicinais, aborto provocado sem consentimento da gestante, estupro de vulnerável, charlatanismo, curandeirismo, sequestro, cárcere privado e constrangimento ilegal.

“Ao longo das investigações, tomamos conhecimento de que Ademar também foi responsável pelo aborto de uma ex-companheira sua, que era obrigada a usar a droga e sofria abuso sexual quando estava fora de si. A partir desse ponto, as diligências se intensificaram e identificamos uma clínica veterinária que fornecia medicamentos altamente perigosos para o grupo da seita”, disse o delegado titula do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), Cícero Túlio.

“Duas pessoas relataram essa situação do estupro, principalmente por serem dopadas durante o ato sexual e não se lembrarem nada sobre aquilo. Algumas delas permaneceram despidas por vários dias sem sequer tomar banho, numa situação de cárcere privado. Inclusive, no momento em que adentramos naquela residência  – a casa onde foram feitas as prisões – o cheiro de podridão era muito forte”, pontuou o delegado do 1º DIP.

 

Também já foram presas Verônica da Costa Seixas, de 30 anos, e Claudiele Santos da Silva, 33 anos, funcionárias do salão de beleza mantido pela família de Djidja. Elas seriam responsáveis por induzir outros colaboradores e pessoas próximas à família a se associarem à seita, onde drogas de uso veterinário eram utilizadas.

A defesa de Ademar e Cleusimar negaram que a família tenha formado uma seita ou feito rituais com uso de drogas.

Nessa sexta-feira (8), O ex-namorado de Djidja Cardoso, Bruno Roberto da Silva Lima, e o coach Hatus Silveira, também foram presos, em uma nova fase da investigação que apura a morte da ex-sinhazinha.

 

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