
(Fotos: Divulgação/Reprodução)
Manaus (AM) — A Secretaria de Estado de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) disse, nesta quarta-feira (28), que não tolerará que grupos de pessoas pratiquem crimes com as próprias mãos. Em nota enviada ao Portal AM1 a Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) afirma que já investiga o caso que vitimou o homem de 55 anos, na avenida Autaz Mirim, na zona Leste de Manaus.
Conforme a polícia, Jones Mota Lopes, de 55 anos, foi morto por agressão por um grupo de motociclistas. Eles também quebraram o carro do trabalhador, um Etios.
Acontece que o motorista teria batido em uma motocicleta de um suposto entregador de delivery, provocando um acidente de trânsito. Jones não prestou socorro, pois viu que o homem não estava machucado, somente a moto dele que teve uma peça quebrada.
O motociclista, que não sofreu nenhum ferimento, acionou os demais colegas de aplicativos daquela região, que logo chegaram em bando e fizeram um cerco ao veículo de Jones, forçando-o a parar o carro.
O grupo arrancou o motorista de dentro do carro, exigindo uma quantia em dinheiro ao mesmo tempo que o agrediam.
Ainda segundo as informações, Jones Lopes disse não ter o dinheiro exigido pelos agressores, que intensificaram as bordoadas, mas disse que pagaria pelo prejuízo causado ao motociclista.
Os agressores ainda usaram os capacetes e um bloco de concreto, que esmagou a cabeça do homem, que não resistiu aos ferimentos e morreu ali mesmo.
Assim que constataram a morte de Jones, o grupo fugiu do local, deixando o corpo dele estirado na poça de sangue, ao lado do carro, que também foi destruído.
Jones Mota era profissional do ramo de transportes, casado e pai de três filhos, sendo dois ainda menores de idade.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionado, porém, apenas constatou que Jones já estava morto. O corpo foi removido pelo Instituto Médico Legal (IML).
As imagens do espancamento foram registradas por câmeras de segurança e viralizaram em grupos de aplicativos. A polícia deve identificar os agressores pelas imagens dos vídeos.
Recorrente
Esta não é a primeira vez que grupos de motoboys se envolvem em eventos de agressão. Em julho deste ano, uma confusão entre um entregador e o morador de um condomínio situado na zona Centro-Sul da cidade, culminou em um atentado de homicídio, que quase tirou a vida do morador.
Acontece, que o homem se aborreceu com o entregador, que teria entrado no condomínio sem autorização. O morador pegou um terçado para tentar intimidar o motociclista. Rapidamente, outros motoboys se aproximaram e começaram a agredir o homem, usando os próprios capacetes como arma.
Diante desses problemas, a SSP-AM reforça que a Polícia Civil mantém em funcionamento, diariamente, nas zonas norte, Leste, Centro-Sul e Oeste de Manaus, delegacias onde o cidadão vítima de crimes pode registrar seu Boletim de Ocorrência (BO), e destaca que não vai tolerar que pessoas pratiquem crimes com as próprias mãos.
Repúdio
Após o incidente, a representante da Liderança União dos Entregadores do Amazonas, a advogada Paula Assunção, emitiu uma nota de repúdio sobre o evento ocorridos na noite dessa terça-feira. A associação afirmou que os motociclistas envolvidos na agressão que tirou a vida de um cidadão de bem, não representam a categoria dos motoboys. “Cometeram ações que vão contra os valores e a ética da classe.
A liderança ressaltou que a maioria dos motoboys são trabalhadores honestos, e que “repudia veementemente” qualquer conduta que prejudique a imagem dos profissionais.
Paula ainda reforça o compromisso da categoria com um trabalho ético e responsável, apelando para a compreensão e apoio da sociedade a fim de manter o respeito e a integridade que sempre caracterizaram os serviços prestados pelos motoboys.
“A LIDERANÇA UNIÃO DOS ENTREGADORES DO AMAZONAS, manifesta seu profundo repúdio às ações cometidas ontem por motociclistas que não representam a categoria de motoboys. A classe é composta, em sua maioria, por pessoas trabalhadoras e honestas, e esse tipo de ação merece total repúdio!”, diz trecho da nota
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