Manaus, 24 de abril de 2024
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Após dispor de créditos a presos, Wilson quer emprestar R$ 900 milhões

Governador disse que o Estado pode emprestar até R$ 300 milhões de bancos nacionais e U$$ 150 milhões de bancos internacionais especificamente para a área da Saúde

Após dispor de créditos a presos, Wilson quer emprestar R$ 900 milhões

“Nós estamos trabalhando com a possibilidade de ter recursos para pagar funcionários da área de saúde. E uma delas é contrair empréstimos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Bando Mundial (Bird) de até U$$ 150 milhões e R$ 300 milhões de bancos nacionais”, a declaração é do governador Wilson Lima (PSC), ao afirmar que o Estado possui lastro de endividamento superior a R$ 900 milhões e que irá pegar dinheiro emprestado para pagar salários de servidores terceirizados da saúde no Amazonas.

A declaração de Wilson Lima na tarde desta segunda-feira (18), no entanto, destoa do discurso adotado pelo governador que está administrando um estado quebrado. E da ação da Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) de abrir R$ 500 mil em linha de crédito para detentos do regime semiaberto, egressos do regime aberto e liberados provisórios do sistema prisional investirem em pequenos negócios.

Afeam vai abrir linha de crédito de R$ 500 mil para detentos do sistema prisional do AM (Diego Peres/SECOM)

“Nosso orçamento para este ano é de R$ 17 bilhões, mas, para eu conseguir pagar todas as contas preciso de mais R$ 2 bilhões”, disse Wilson Lima ao apresentar ao lado do vice-governador e secretário de Saúde (Susam), Carlos Almeida, e de deputados, a proposta de usar outros 40% (mais R$ 350 milhões) do Fundo de Desenvolvimento do Turismo e do Interior (FTI) para custear os gastos com Saúde.

Pela proposta os municípios terão pouco mais de R$ 50 milhões desse recurso (15%) enquanto a capital irá consumir os demais R$ 300 milhões (85%) para pagamento exclusivo de salários atrasados de servidores terceirizados das cooperativas que atuam em Manaus. “Isso são apenas estimativas porque vamos depender da arrecadação do Estado”, disse o governador.

Confrontado com a antipatia dos prefeitos, Wilson Lima, tornou a repetir que os municípios não perderão dinheiro e que o Governo injeta recurso no interior por meio das demais secretarias da administração. “O dinheiro que será destinado ao interior não será mexido”, desconversa.

Além do endividamento do Governo com bancos nacionais e internacionais e o uso do FTI dos municípios a proposta do governo para cobrir “o deficit da saúde” é pedir antecipação de royalties do Governo Federal e a edição de um decreto de austeridade para reduzir gastos pontuas de até R$ 50 milhões por mês nas despesas administrativas.

Questionado sobre a recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) para demitir, pelo menos, 20% de servidores em cargos de comissão, o governador desviou a resposta ao dizer que já havia cumprido a determinação às avessas. “Eu não demiti. Eu deixei de contratar já prevendo situações como essas”, disse.

Base

A presença de pelo menos quinze deputados sinalizou que Wilson Lima já começa a costurar alianças para compor a base de sustentação do governo na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM). A principal meta do governo de usar recursos do FTI dependerá de votação favorável dos parlamentares. Josué Neto afirmou que espera o envio do projeto para analisar com os presidentes das Comissões Técnicas se haverá necessidade  reuniões conjuntas. Sobre o pedido de urgência na tramitação o presidente disse que a decisão será dos deputados em plenário.