Após a Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) aceitar o processo que pede o cancelamento do registro do Partido dos Trabalhadores (PT), com alegação de que “no curso da operação Lava Jato restou demonstrado que o PT recebeu recursos de origem estrangeira”, os parlamentares do Amazonas ligados a legenda reagiram afirmando que a denúncia não teria nenhum fundamento jurídico e que se trata de perseguição.
O vice-procurador-geral eleitoral, Renato Brill de Goés, foi quem deu o parecer pela admissibilidade do cancelamento, no mês passado.
Partido agiu
Ao Amazonas 1, o deputado federal José Ricardo (PT/AM), afirmou que Direção Nacional do Partido dos Trabalhadores, através da assessoria jurídica, já descartou qualquer denúncia contra a legenda.
“Não tem nenhum fundamento jurídico, sem provas e documentos consistentes. Na verdade o PT continua sendo muito bem avaliado entre os partidos no cenário nacional. É o partido que mais apresenta projetos nesse momento da pandemia do coronavírus para as empresas e trabalhadores”, defendeu o parlamentar.
Na avaliação do petista que é pré-candidato à Prefeitura de Manaus, a intenção do caso seria apenas para denegrir a imagem da legenda.
“O PT sempre incomodou e vai continuar incomodando, essa é a razão onde ainda tem algum setores que tentam denegrir a imagem, perseguir e prejudicar o Partido dos Trabalhadores. Mas vamos participar firmes nas eleições, assim que elas forem confirmadas pelo Tribunal Superior Eleitoral e portanto, levar propostas para melhorar a vida da população de Manaus e do Brasil”, completou José Ricardo.
Sinésio está tranquilo
A frente do Diretório Estadual do PT no Amazonas, o deputado estadual Sinésio Campos explicou que o parecer refere-se ao início da discussão sobre a extinção ou não do partido.
“Foi apenas dado o parecer pela admissibilidade do cancelamento, ou seja, será iniciado um amplo debate sobre o caso, mas já sabemos que todas as denúncias caíram por terra”, disse o petista acrescentando que recebeu com estranheza a notícia e reforçou tratar de perseguição.
“Isso tem um cunho político já que a pauta do país é outra devido a situação da pandemia. Devíamos focar em ações para ajudar a população e não nessa neura ideológica partidária. É bom lembrar que o PT tem décadas com raízes fortes e essa situação fez o efeito inverso”, afirmou Sinésio Campos, que também pré-candidato ao cargo majoritário da capital.
Arbitrário
Atualmente único vereador do PT na Câmara Municipal de Manaus (CMM), Sassá da Construção é outro que também acredita que a denúncia seja arbitrária e política, sem amparo em fatos.
“Se caso houvesse culpado, ele seria julgado e não o partido, que deve sim continuar seu trabalho em favor da população e da democracia, como tem feito o PT nesses anos todos”, destacou o político.
Sassá é o terceiro nome na lista dos pré-candidatos à Prefeitura de Manaus pela legenda nas eleições 2020.
Já em uma nota divulgada na imprensa nacional assinada pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ela classificou a admissibilidade do pedido pela Procuradoria Eleitoral como “ultrajante e fantasiosa”.
Ela diz, ainda, que somente durante ditaduras partidos foram cassados no Brasil.
“Na história da República, somente em períodos de arbítrio, como nos anos 40 e 60, em que ditaduras calaram a voz de opositores, partidos políticos tiveram seus registros cassados, a exemplo do Partido Comunista do Brasil”, diz um trecho da nota.
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