
Gasolina no Amazonas - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Manaus (AM) – O preço da gasolina no Amazonas é o mais alto do Brasil, de acordo com dados divulgados pela Petrobras. O levantamento revela que, enquanto a média nacional está em R$ 6,00 por litro, o Amazonas registra um preço médio de R$ 7,01. A diferença de R$ 1,01 coloca o estado no topo do ranking nacional de preços do combustível, seguido por estados como Ceará (R$ 6,38) e Pará (R$ 6,21).
Motoristas em Manaus sentem o impacto diretamente no bolso. José Silva, taxista há 15 anos, relatou ao Portal AM1 que precisa gastar mais de R$ 100 por dia para manter o veículo funcionando.
“É impossível repassar todo esse custo para os clientes até porque ele já vem com o valor fechado no aplicativo. A gente acaba absorvendo boa parte do prejuízo”, afirmou.
Já Maria Oliveira, motorista de aplicativo, disse que trabalha o dobro para compensar os altos custos.
“O lucro praticamente desapareceu. A gasolina está cada vez mais inviável”, declarou.
Paulo Almeida, condutor escolar, destacou que precisou aumentar a mensalidade para sustentar as operações e lembra quando a gasolina era vendida a R$ 1 o litro.
“Sem reajuste, eu não conseguiria continuar no setor. Saudades de quando não existiam tantos impostos e conseguímos comprar combustível bem barato”, explicou.
Ranking nacional dos preços de gasolina
- Amazonas: R$ 7,01;
- Ceará: R$ 6,38;
- Pará: R$ 6,21;
- Roraima: R$ 6,19;
- Santa Catarina: R$ 6,29;
- Goiás: R$ 6,26;
- Paraná: R$ 6,26;
- Pernambuco: R$ 6,21;
- Espírito Santo: R$ 6,15;
- Mato Grosso: R$ 6,13;
- Distrito Federal: R$ 6,12;
- Alagoas: R$ 6,12;
- Minas Gerais: R$ 6,07;
- Rio de Janeiro: R$ 6,05;
- Rio Grande do Sul: R$ 6,02;
- São Paulo: R$ 5,99;
- Maranhão: R$ 5,97;
- Paraíba: R$ 5,88.
Ranking Região Norte
- Amazonas: R$ 7,01;
- Pará: R$ 6,21;
- Roraima: R$ 6,19.
Do preço na refinaria às bombas
O preço da gasolina é composto por diferentes fatores, como custos de produção, impostos e margens de lucro dos postos. No caso do Amazonas, além da distância das refinarias, os impostos estaduais, como o ICMS, influenciam diretamente no valor final.
A Petrobras informou que o preço médio da parcela da empresa no litro da gasolina é de R$ 2,19, enquanto os tributos federais somam R$ 0,69, e o ICMS estadual adiciona R$ 1,37. Distribuição, revenda e a adição do etanol anidro completam o cálculo.
Promessa de “abrasileirar” os preços
Em uma de suas declarações, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que seu governo busca “abrasileirar” os preços dos combustíveis, para que reflitam melhor as condições do mercado interno. Segundo Lula, “o Brasil não pode ficar refém de uma política que segue a paridade internacional, prejudicando quem mais precisa”. A fala foi registrada em um discurso oficial, disponível no portal do governo federal.
Enquanto isso, donos de postos de combustíveis seguem estipulando os preços finais com base nas condições de mercado, algo permitido pela legislação brasileira.
A lei garante liberdade de mercado, mas exige que os valores sejam justificados por meio de estudos de custo e demanda. No caso do Amazonas, consumidores enfrentam um desafio diário para abastecer seus veículos em meio aos custos elevados.
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