Manaus, 7 de maio de 2024
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Manaus, 7 de maio de 2024

Economia

Refinaria da Amazônia tem a gasolina mais cara do país após privatização 

Desde dezembro passado, início da operação privada, a Ream cobra, em média, 2,45% acima do preço da gasolina comercializada pela Petrobras

Refinaria da Amazônia tem a gasolina mais cara do país após privatização 

O custo é de R$ 0,21, por litro, a mais do que a vendida pela Petrobras (Foto: Divulgação/Atem)

Manaus – A Refinaria da Amazônia (Ream), antiga Isaac Sabbá (Reman), em Manaus, tem a gasolina mais cara do país após dois meses de privatização. O custo é de R$ 0,21, por litro, a mais do que a vendida pela Petrobras, uma diferença de 6,5%.

Os dados são do Observatório Social do Petróleo (OSP), organização mantida pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). Na estatal o litro da gasolina tem preço de R$ 3,31 em média nas suas refinarias e a recém privatizada, R$ 3,52. 

“Com isso, a Ream já é a recordista da gasolina mais cara do país, superando até mesmo o valor cobrado pela Refinaria de Mataripe, na Bahia, também privatizada. A unidade baiana foi privatizada em dezembro de 2021 e vende o combustível R$ 0,02 a menos do que a refinaria amazonense”, informa o estudo. 

Desde dezembro passado, início da operação privada, a Ream cobra, em média, 2,45% acima do preço da gasolina comercializada pela Petrobras. Em dois meses e meio, o grupo Atem, controlador da refinaria de Manaus, promoveu cinco reduções e sete aumentos no preço do litro da gasolina. 

“Novas evidências mostram os efeitos da privatização de refinarias da Petrobras. Todos os combustíveis ficam mais caros, como nós e tantos outros pesquisadores sempre argumentamos ao longo dos últimos anos. Esses dados devem ser muito bem observados pelo novo governo, a fim de enxergarem que o projeto de privatização das refinarias precisa ser enterrado de uma vez por todas, pelo bem da economia”, afirma Eric Gil Dantas, economista do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps). 

Dantas aponta como fatores principais para os aumentos a passagem de mãos dos monopólios regionais do mercado de combustíveis a agentes privados e o Preço de Paridade de Importação (PPI), que de teto passou a ser o piso para valores cobrados dos combustíveis nas gestões privadas. 

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