Manaus, 3 de maio de 2024
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Brasil

Réu do caso da Boate Kiss passa mal em julgamento: ‘não sou assassino’

O julgamento do caso que matou 242 pessoas iniciou nesta quarta-feira (1), quase nove anos depois da tragédia

Réu do caso da Boate Kiss passa mal em julgamento: ‘não sou assassino’

Foto: Reprodução

Porto Alegre, RS – O produtor Luciano Bonilha Leão, de 44 anos, um dos quatro réus julgados pelo incêndio da Boate Kiss, passou mal durante a primeira sessão que dá inicio ao julgamento do caso após quase nove anos da tragédia. A audiência começou nesta manhã de quarta-feira (1), no Foro Central de Porto Alegre.

O réu precisou ser atendido no ambulatório do Foro e chegou aos gritos ao local. “Eu não sou assassino”, disse. Luciano foi quem comprou e ativou o fogo de artifício que deu início ao incêndio, de acordo com o Ministério Público.

Além dele, também serão julgados os empresários e sócios Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, e do músico Marcelo de Jesus dos Santos. O incêndio ocorreu no dia 27 de janeiro, em Santa Maria, e matou 242 pessoas e deixou 636 feridas.

A expectativa é que o Tribunal de Justiça demore cerca de 15 dias para a conclusão do caso. As sessões ocorreram todos os dias às 9h, inclusive aos fins de semana, até as 23h, no plenário do 2º andar do Foro Central da Capital.

Leia mais: Oito anos depois, réus por incêndio na Boate Kiss começam a ser julgados

Relembre o caso

O  caso da Boate Kiss, tragédia que matou 242 pessoas e deixou 636 feridas em 27 de janeiro de 2013, na cidade gaúcha de Santa Maria, começou no palco, onde se apresentava uma banda, e logo se alastrou, provocando muita fumaça tóxica.

No palco, se apresentava a Banda Gurizada Fandangueira, quando um dos integrantes disparou um artefato pirotécnico, atingindo parte do teto do prédio, que pegou fogo. São réus: Elissandro Callegaro Spohr, sócio da boate; Mauro Londero Hoffmann, também sócio; Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da Banda Gurizada Fandangueira, e Luciano Bonilha Leão, produtor musical.

A tragédia, que matou principalmente jovens, marcou a cidade de Santa Maria, conhecido polo universitário gaúcho, e abalou todo o país, pelo grande número de mortos e pelas imagens fortes. A boate tinha apenas uma porta de saída desobstruída. Bombeiros e populares tentavam, de todo jeito, abrir passagens quebrando os muros da casa, mas a demora no socorro acabou sendo trágica para os frequentadores.

A maior parte acabou morrendo pela inalação de fumaça tóxica, do isolamento acústico do teto, formado por uma espuma inflamável, incompatível com as normas de segurança modernas, que obrigam a instalação de estruturas produzidas com materiais antichamas.

Desde o incêndio, as famílias dos jovens mortos formaram uma associação e, todos os anos, no dia 27 de janeiro, relembram a tragédia, a maior do estado do Rio Grande do Sul e uma das maiores do Brasil.

(*) Com informações da Agência Brasil

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