A falta da aprovação do Plano Municipal de Educação (PME) impede que a cidade do Rio receba verbas federais de caráter suplementar, informou o Ministério da Educação (MEC). Esse é um dinheiro que a pasta decide enviar aos municípios de forma voluntária — sempre destinados para programas específicos. Só no ano passado, a Secretaria municipal de Educação do Rio recebeu quase R$ 55 milhões através do “Brasil Carinhoso”, dinheiro para investir em creche. Neste ano, essa verba não poderia chegar.
A perda dos recursos acontece em um momento crítico para os cofres do município. Segundo o secretário municipal de Educação, César Benjamin, só há dinheiro garantido para a merenda até julho.
O PME é uma série de metas que toda cidade deve criar para si mesma planejando o futuro da educação no local. Ele deve ser feito como uma lei.
De lá para cá, foram realizadas duas audiências públicas para debater o plano. No entanto, apenas um tema dominou as discussões: se era proibido ou aconselhável falar sobre questões de gênero dentro das escolas do município. Uma terceira audiência pública foi realizada nesta sexta-feira, mas o presidente da Comissão de Educação da Casa, Paulo Messina, determinou que só poderia ser discutido temas relacionados ao financiamento da educação infantil.
A votação para a aprovação do plano está marcada para o próximo dia 20. Caso ele seja aprovado, o Rio poderá novamente receber as verbas voluntárias do MEC. No entanto, há ainda questões que não foram discutidas que podem emperrar a aprovação ou serem definidas somente após a votação.
Só 0,3% estão atrasados
Um levantamento realizado pelo site “De olho nos planos” mostra que 5.550 dos municípios do país já têm planos municipais aprovados. Isso corresponde a 99,7% de todas as cidades do país. O Rio, portanto, está entre os 0,3% dos municípios do Brasil que não fizeram a lei.
O embate das questões de gênero, um dos pontos de maior discordância entre os vereadores, só aparece em duas das 20 metas propostas do PME. A meta 7 sugere, entre outros pontos, o “desenvolvimento de temáticas voltadas para a (…) promoção de saúde, sexualidade e gênero, possibilitando a aproximação da comunidade escolar com eixos temáticos que favoreçam a melhoria (…) da consciência crítica”. A meta 8, fala em “desenvolver políticas públicas (…) voltada para a educação das relações humanas e promoção da redução das desigualdades de gênero, classe, raça, etnia, geração, orientação sexual (…).”
Em 2013, o mesmo debate veio à tona no Congresso Nacional, para a aprovação do Plano Nacional de Educação.
Fonte: Extra
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