
(Foto: Reprodução/Redes Sociais)
Manaus (AM) – O vereador Coronel Rosses e o deputado estadual Delegado Péricles participaram nesse fim de semana, de um evento evangélico da igreja da Restauração, Leoas do Altar. O evento é voltado para mulheres cristãs e os discursos os políticos foram voltados para ressaltar suas ações de benfeitorias ao público feminino.
O momento marca o início da busca por alianças mas, também a conquista pelo eleitorado, uma vez que ambos os políticos já ensaiam candidaturas para 2026.
Rosses deve concorrer ao cargo na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) e Pericles deve pleitear uma candidatura ao Congresso Nacional ou sua reeleição na Aleam.
Novas candidaturas
A presença de Rosses e Péricles no evento também pode significar um interesse do apóstolo Renê Terra Nova em conquistar um representante nas Casas Legislativas.
Na Câmara Municipal, por exemplo, o ex-vereador Marcell Alexandre era o representante da igreja, mas fracassou nas eleições do ano passado.
Grande eleitorado
Conforme os dados do Censo 2022 divulgados, dia 2 deste mês, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Amazonas tem mais estabelecimentos religiosos do que o total somado de instituições de ensino e unidades de saúde. São mais de 19 mil templos em todo o estado. Em Manaus, são 7.865 igrejas e templos, enquanto o número de escolas é 1.743, e hospitais e Unidade Básica de Saúde (UBS) somam 1.056.
Abuso da Fé
Para o cientista político, Carlos Santiago, que esteve à frente da Comissão de Reforma Política e Combate à Corrupção Eleitoral da Ordem dos Advogados do Amazonas (OAB-AM), em 2022, a interseção entre religião e mandato eletivo é problemática, pois é difícil estabelecer uma fronteira clara entre os interesses religiosos e o bem comum da sociedade como um todo.
“A instrumentalização da fé para ganhar poder político, vencer eleições, ter cargo eletivo é muito perigoso, até porque o Estado, na figura dos seus representantes no âmbito do judiciário, do executivo e do legislativo, não podem perseguir ou ir contra uma manifestação religiosa. No entanto, não podem privilegiar uma determinada religião, grupos religiosos, por isso que o tribunal regional e eleitoral do Rio de Janeiro, na última semana, cassou um parlamentar por abuso do poder religioso. Então, o eleitorado, mesmo com muita fé, muito religioso, praticante de igrejas, não pode confundir uma atividade pastoral com uma atividade política para o bem da sociedade, para o bem da coletividade. Quem representa a sociedade representa todos, independentemente da crença”, afirma Santiago.
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