Manaus, 1 de julho de 2024
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Cultura

Rotina Cabocla: espetáculo de dança mostra rotina dos ribeirinhos em Codajás

O Rotina Cabocla foi contemplado pelo Edital Feliciano Lana, da Secretaria de Cultura do Amazonas (SEC-M) e se tornou um minidocumentário

Rotina Cabocla: espetáculo de dança mostra rotina dos ribeirinhos em Codajás

Foto: divulgação / Arte e Movimento

Amazonas – Um projeto de dança criado pelo amazonense Kevin , no município de Codajás, vem ganhando destaque no meio cultural local. Nominado “Rotina Cabocla”, o espetáculo de dança retrata o dia a dia das comunidades ribeirinhas amazônicas.

O Rotina Cabocla foi contemplado pelo Edital Feliciano Lana, da Secretaria de Cultura do Amazonas (SEC-M). O espetáculo está disponível nas redes sociais do grupo Arte e Movimento, a partir desta segunda-feira (29).

O criador do Rotina Cabocla, Kevin Peres, disse que a inspiração veio do grupo Raízes Caboclas, de quem ele é muito fã. O artista resolveu fazer uma composição de movimentos baseados nos acordes do grupo amazônico. No repertório, há ainda composições de Márcia Siqueira, Jander Manauara e outros ritmos como o carimbó.

“A inspiração veio do grupo Raízes Caboclas, um grupo que eu sempre admirei muito e gosto de ouvir as músicas. Sempre tive um intuito de montar um espetáculo com a trilha sonora do grupo. Aí, fundei o grupo Arte e Movimento, que vai apresentar o Rotina Cabocla. Quando eu percebi que as músicas do Raízes Caboclas retratam essa rotina do caboclo ribeirinho, o farinheiro, o pescador, o tirador do açaí, do remo, da religiosidade, daí veio a minha inspiração”, disse Peres.

Preparação de Rotina_Cabocla - Foto divulgação

Preparação de Rotina Cabocla – Foto divulgação

 

Ao todo, mais de trinta artistas participam diretamente do Rotina Cabocla, entre preparadores, coreógrafos, bailarinos, diretor artístico, cenografia, iluminação, costureiras, figurinistas e pessoas que trabalharam indiretamente na confecção dos utensílios do espetáculo.

Kevin tem 29 anos e está cursando graduação em Artes Visuais e Sociologia. Ele atua há treze anos como coreógrafo de danças populares, em Codajás. Ele contou que seu primeiro contato com a dança foi aos dez anos. Entre os seus projetos, Kevin Peres destacou que participou de uma quadrilha junina que atendia jovens e crianças de sua cidade.

“Eu comecei a dançar muito pequeno. Eu lembro que eu tinha dez anos na minha primeira apresentação, e foi na Festa do Açaí. Já como coreógrafo eu iniciei aos 16 anos e criei a quadrilha junina ‘Eldorado’, muito conhecida no município. Nós ganhamos três títulos em nível estadual. O atual grupo que estou, o Arte e Movimento, foi criado há quatro anos”.

Além do Rotina Cabocla, o Arte e Movimento já realizou outros espetáculos voltados para a dança, entre eles: O Canto da Raça, Tributo Afro, A lenda do Açaí, Balanço de Carimbó e Ribeirinhos.

Rotina Cabocla - Foto M Ramos

Rotina Cabocla – Foto M Ramos

Incentivo à economia

Os materiais utilizados na produção de Rotina Cabocla, como: paneiros, peneiras, remos e tarrafas, foram produzidos pelos artesãos ribeirinhos e comprados para a realização do espetáculo, incentivando a economia local.

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Documentário Rotina Cabocla

Para o produtor Marcelo Ramos, foi um trabalho mágico participar do Rotina Cabocla. Ele disse que foi chamado para divulgar o conteúdo, porém, percebeu  a riqueza de material que o projeto trazia e resolveu produzir um mini documentário.

“Eu fui chamado para fazer  parte de divulgação desse trabalho, uma coisa básica, só que chegando na cidade, eu encontrei um material muito bom pra fazer o mini documentário. Ele possui quinze minutos de duração e mostra exatamente a preparação do espetáculo; as inspirações amazônicas; em cima dos movimentos dos ribeirinhos e da vivência do do homem do interior; dos movimentos de pesca e caça. Tudo isso adaptado para a dança”, disse Marcelo.

Gravações de Rotina_Cabocla - Foto divulgação

Gravações de Rotina_Cabocla – Foto divulgação

Marcelo também relatou que se apaixonou pelo espetáculo e por conhecer a cultura dos ribeirinhos, que ainda vivem nessas comunidades quase que intocáveis.

“O mini documentário fala um pouco dessas comunidades, que ainda são muito amazônicas mesmo, que vivem da caça e da pesca. Comunidades que vivem um certo isolamento, tanto que os casos de covid são quase que zero. O interior tem muito dessa pureza e da inocência”, comentou Marcelo Ramos, adiantando que o documentário vem mostrando a força das crianças, que são independentes, sem preocupações urbanas, da mulher e do homem do interior, que vivem para trabalhar, que não têm vaidades.

Veja como foi a produção de Rotina Cabocla. CLIQUE AQUI!