Manaus, 5 de dezembro de 2024
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Manaus, 5 de dezembro de 2024

Política

Sócios da 123milhas são reconvocados pela CPI das Pirâmides Financeiras

Os sócios, que faltaram a um depoimento na terça-feira (29) – se não comparecerem, a CPI irá pedir condução coercitiva.

Sócios da 123milhas são reconvocados pela CPI das Pirâmides Financeiras

123 Milhas (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Brasília (DF) –  O presidente da (CPI) das Pirâmides Financeiras, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade), remarcou para esta quarta-feira (30) os depoimentos dos sócios da 123milhas: Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira. Ribeiro adiantou que, caso não compareçam, irá requerer a condução coercitiva dos empresários.

Convocados a prestar esclarecimentos nesta terça-feira (29), os sócios da 123milhas enviaram ofício por meio do advogado alegando que não foram formalmente intimados pela CPI e que tiveram ciência da convocação apenas por notícias veiculadas na internet. O advogado afirma no ofício que seus clientes se comprometem a comparecer em nova data a ser definida pelo colegiado.

“Designo a nova oitiva para amanhã, dia 30 de agosto, às 18 horas. Caso os depoentes se eximam de comparecer novamente, não restará alternativa a esta CPI que não seja requerer a condução coercitiva, pois como foi frisado no voto da eminente ministra [Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF)] eles têm um dever de comparecer, e acreditamos também que eles vão conseguir emitir uma passagem amanhã”, afirmou Ribeiro.

Os empresários haviam recorrido ao Supremo Tribunal Federal para serem liberados de depor após o colegiado ter aprovado a convocação dos dois na última quinta-feira (24). Em decisão proferida ontem, no entanto, a ministra Cármen Lúcia determinou que os sócios compareçam à CPI para prestar esclarecimentos, assegurando-lhes o direito de ficar em silêncio, sem responder aos questionamentos dos deputados.

Entenda o caso

A 123milhas passou a ser investigada pelo colegiado após anunciar, no último dia 18, a suspensão de pacotes contratados da linha ‘Promo’, com embarques programados entre setembro e dezembro deste ano.

Fundada em 2017, a empresa ficou conhecida por ofertar passagens e hospedagens a preços promocionais, valendo-se da compra de milhas acumuladas por terceiros em programas de fidelidade para emitir os pacotes em nome dos clientes.

O relator da CPI, deputado Ricardo Silva (PSD-SP), afirma que há indícios de que a empresa opere um esquema de pirâmide financeira. “No caso da 123milhas, era isso com passagem aérea. Eles vendiam a promessa de que iriam buscar uma passagem aérea, tentando trazer cada vez mais pessoas, por meio de ampla divulgação, de ampla publicidade. As pessoas colocam dinheiro e depois eles dizem que não vão conseguir honrar”, disse o relator.

O relator informou ainda que a empresa entrou com pedido de recuperação judicial nesta terça-feira (29). Ontem, a empresa havia anunciado um plano de reestruturação envolvendo demissões, mas sem divulgar o número de desligamentos.

O Ministério Público do Estado de São Paulo instaurou um inquérito para investigar a suspensão da emissão de viagens aos consumidores. A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacom), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, está avaliando a abertura de um processo administrativo e até mesmo a aplicação de multa que pode chegar a R$ 13 milhões.

A audiência com os dirigentes da 123 Milhas será realizada no plenário 13.

MSK Investimentos

Antes de ouvir os sócios da 123 Milhas, a CPI votará requerimentos e ouvirá os operadores da empresa MSK Operações e Investimentos Saulo Roque, Fernando Gomes e Christian Braz. A empresa é investigada por lesar cerca de 4.000 clientes que realizaram investimentos em criptomoedas.

Um dos sócios da empresa já foi ouvido pela comissão e disse que a companhia teria sido surpreendida com um desfalque financeiro executado por um dos funcionários.

(*) Agência Câmara de Notícias

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