
(Foto: Divulgação/Asscom/Águas de Manaus)
Manaus (AM) – A polêmica em torno da tarifa de esgoto cobrada em Manaus ganhou destaque na Audiência Pública na Câmara Municipal de Manaus (CMM). Sob o comando do vereador Zé Ricardo (PT), presidente da 16ª Comissão de Água e Saneamento, o debate reuniu, na segunda-feira (31), representantes da concessionária Águas de Manaus, da Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados do Município de Manaus (Ageman), parlamentares e membros da sociedade civil.
A sessão foi marcada por duras críticas à empresa Águas de Manaus, responsável pelo fornecimento de água e esgoto na capital. Vereadores, como Rodrigo Guedes (Progressistas) e Carlos Pai Amado (Avante), questionaram o aumento da tarifa e cobraram melhorias no serviço.
O principal ponto de contestação foi o impacto financeiro para a população, sobretudo nas regiões periféricas, onde moradores alegam ser cobrados por um serviço ineficiente ou inexistente.
Zé Ricardo enfatizou que a audiência teve como objetivo ouvir diretamente a população, que tem manifestado grande insatisfação com a cobrança.
“Muitos consumidores consideram o valor abusivo, pois o aumento na conta de água resultou também em um acréscimo significativo na tarifa de esgoto. Além disso, pessoas que antes não pagavam essa taxa passaram a ser cobradas, recebendo faturas muito elevadas, o que levou a terem o serviço cortado por inadimplência”, disse o parlamentar.
Moradores, como Carlos Neves, do bairro Raiz, reforçaram as queixas. Segundo ele, o sistema de esgoto na sua região não funciona adequadamente, gerando transtornos diários.
“A nossa insatisfação com a Águas de Manaus é grande. O esgoto do nosso bairro não funciona. Tenho vídeos mostrando ruas que estavam asfaltadas e foram danificadas pelas obras da empresa. Em frente ao meu prédio, por exemplo, toda vez que chove, a tubulação não suporta a vazão e a água transborda. Esperamos resultados após a Audiência”, desabafou.
Veja as principais reivindicações durante a audiência:
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Revisão da tarifa de esgoto – Parlamentares e moradores questionaram o aumento da cobrança e reivindicaram um valor mais justo para a população, especialmente para os mais vulneráveis.
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Transparência na cobrança – Foi solicitada uma explicação clara sobre os critérios utilizados para a inclusão de novos consumidores na taxa de esgoto.
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Melhoria na prestação do serviço – Relatos apontam que, em muitas áreas, o sistema de esgoto não funciona corretamente, gerando transtornos para a população.
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Fiscalização mais rigorosa – A Ageman foi cobrada para atuar de forma mais eficiente na fiscalização dos serviços prestados pela Águas de Manaus.
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Ampliação da tarifa social – Foi sugerida uma ampliação dos beneficiários da tarifa social para garantir que mais famílias tenham acesso a um valor reduzido na conta de água e esgoto.
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Correção de danos causados por obras – Moradores relataram que obras da concessionária danificaram ruas asfaltadas e cobraram reparos adequados.
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Compromisso com soluções concretas – A população exige respostas e ações efetivas para corrigir os problemas apontados, além de um canal de diálogo contínuo entre a concessionária e os consumidores.

Audiência pública na CMM reuniu vereadores, consumidores e representantes da Águas de Manaus e Prefeitura de Manaus (Foto: Divulgação/Águas de Manaus)
Diretor da Águas de Manaus tenta amenizar críticas
O diretor-presidente da Águas de Manaus, Pedro Freitas, tentou amenizar as críticas, garantindo que a empresa está aberta ao diálogo e comprometida em melhorar os serviços. Segundo ele, vistorias serão realizadas nos bairros mencionados para averiguar a situação do sistema de esgoto.
“Como concessionária de um serviço público, nossa obrigação é esclarecer dúvidas e responder às demandas da população. Anotamos vários pontos de melhoria e vamos implementar ações para oferecer um serviço cada vez melhor. Também esclarecemos como podemos ampliar a tarifa social, permitindo que mais pessoas tenham acesso a um valor mais justo nas contas de água e esgoto”, destacou.
Prefeitura diz que manterá fiscalização sobre a Águas de Manaus
A Ageman, por sua vez, assegurou que continuará fiscalizando a concessionária para garantir a transparência e a qualidade do serviço. O presidente da Agência, Elson Andrade, afirmou que a população precisa ser ouvida e que medidas mais rígidas podem ser adotadas caso as falhas persistam.
“Esses encontros são fundamentais para que possamos informar os usuários e ouvi-los. Nossa função é fiscalizar e garantir que a concessionária cumpra suas obrigações. Não estamos omissos e continuaremos trabalhando para assegurar a qualidade do serviço”, ressaltou o presidente da Ageman.
O debate reforça a crescente insatisfação popular com a gestão dos serviços de água e esgoto na cidade e coloca a concessionária sob pressão política. A cobrança por soluções efetivas segue como prioridade para vereadores e para a população manauara, que aguarda respostas concretas.
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