Manaus, 20 de março de 2025
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Manaus, 20 de março de 2025

Economia

Vilão da vez: preço do café assusta manauaras ao atingir R$ 17

Segundo o economista Altamir Cordeiro, o reajuste do ICMS sobre combustíveis tem sido um dos principais fatores para esse aumento, que tem injetado inflação na economia.

Vilão da vez: preço do café assusta manauaras ao atingir R$ 17

(Fotos: Reprodução/Canva/Acervo pessoal)

Manaus (AM) – Aquele cafezinho que costumamos oferecer às visitas está mais caro. Os manauaras têm percebido um aumento significativo no preço do café nas prateleiras dos supermercados. Em alguns estabelecimentos, o pacote de café comum, de 250 gramas, chega a custar R$ 17, gerando preocupação entre os consumidores. Mas, afinal, o que está por trás desse aumento?

 Saiba o que dizem os manauaras:

O que influencia na alta dos preços?

Segundo o economista Altamir Cordeiro, o reajuste do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis tem sido um dos principais fatores. Esse aumento tem injetado inflação na economia, elevando os custos de transporte e impactando diretamente os preços de produtos essenciais da cesta básica.

“Os consumidores estão sentindo no bolso a elevação dos preços de alguns produtos da cesta básica. Com a recente elevação da alíquota do ICMS sobre os combustíveis, também impacta os preços aos consumidores e, de certa forma, aumenta os custos de comercialização de muitos produtos, devido aos custos de fretes. Por outro lado, temos problemas com a oferta de certos produtos da cesta básica, o café e a cartela de ovos são uns exemplos do que afeta o orçamento das famílias, principalmente de baixa renda”, explicou o especialista ao Portal AM1.

Cordeiro também destacou que outros fatores, como problemas climáticos, a transição de safras e as altas taxas de juros, devem continuar pressionando os preços no curto prazo.

“O café, hoje, é o vilão porque, no mundo todo, o café está tendo problemas; está faltando café. Muitos fatores climáticos afetaram a produção e hoje a demanda por café está maior que a oferta. Então, enquanto não for regularizada essa situação, o consumidor irá enfrentar dificuldades. Mas sempre vai haver isso, pois os produtos de alimentos que dependem de fatores climáticos sempre passarão por problemas sazonais; sempre alguns produtos serão vilões da época [..] o tomate, a batata, a cebola em determinado momento; e assim vai ao longo do ano e os consumidores enfrentarão essas dificuldades. Além disso, devemos enfrentar um período de altas nos preços por causa da transição de safras de alguns produtos e das taxas de juros elevadas, que impactam as atividades econômicas de modo geral”, afirmou.

Impacto no dia a dia

O aumento no preço do café e de outros itens essenciais, como os ovos — que também registraram alta significativa —, tem afetado diretamente o orçamento das famílias. Enquanto o pacote de café comum de 250 gramas chega a R$ 17, a cartela de ovo com 30 unidades, que antes custava entre R$ 18 a R$ 22, agora pode ser encontrada por até R$ 38 em alguns supermercados.

Diante desse cenário, os consumidores precisam se adaptar e buscar alternativas para equilibrar as contas, enquanto aguardam possíveis ajustes no mercado que aliviem a pressão sobre os preços.

A Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) prevê que o preço do café continuará subindo nas próximas semanas, pelo menos até o início da colheita da safra deste ano, prevista para abril ou maio. Com isso, o impacto no bolso do consumidor brasileiro deve se prolongar por mais dois ou três meses.

Entre novembro de 2023 e outubro de 2024, o consumo de café no Brasil cresceu 1,11% em relação ao período anterior, conforme dados divulgados pela Abic nesta quarta-feira (5). Apesar de ser o maior produtor e exportador de café do mundo, o Brasil ocupa a segunda posição no ranking de consumo global.

Somente em 2024, o país consumiu 21,916 milhões de sacas de café — 4,1 milhões a menos que os Estados Unidos, que lideram o consumo mundial de bebida.

Acompanhe na íntegra a opinião do economista Altamir Cordeiro:

Contraste

A alta no preço da cesta básica pode ser vista como um contraste com as promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, dependendo da perspectiva analisada.

Durante a campanha, Lula enfatizou a necessidade de combater a fome e a insegurança alimentar, além de promover políticas para reduzir o custo de vida e fortalecer a economia, especialmente para as famílias de baixa renda.

No entanto, o aumento dos preços dos alimentos, como café, ovos e outros itens essenciais da cesta básica, tem impactado diretamente o poder de compra da população, e esse reflexo é visto diariamente em forma de reclamação dentro e dora dos supermercados.

 

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