
(Foto: Roberto Carlos/Secom)
Manaus (AM) – O governador Wilson Lima (UB) cobrou empenho do Procon-Amazonas em relação à situação das empresas de navegação que pretendem cobrar uma taxa extra chamada “pouca água” no valor de até 5,9 mil dólares por contêiner durante a estiagem amazônica, a partir do dia 1º de agosto.
Durante uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (5), Wilson disse que recebeu a notícia com “muita indignação” e determinou que o Procon-AM aja contra as empresas, porque a taxação é “um abuso”. O governador ressaltou, ainda, que as empresas não estão preocupadas com a região amazônica, mas sim, nos lucros que esta pode lhe proporcionar e por esse motivo se aproveitam.
“Primeiro, eu recebi com muita indignação essa notícia, e o comércio, os setores produtivos, a indústria responderam com muita indignação e não era pra menos. Nós sofremos muito no ano passado com a questão da seca e nesse ano vamos sofrer mais ainda, porque o principal meio de transporte que nós temos aqui são os barcos, e no momento em que a gente mais precisa de ajuda de alguém que está tendo lucro na região amazônica vem colocar mais uma carga sobre os nossos ombros. Porque, no momento em que há uma sobretaxação do transporte, isso, em algum momento, vai ser repassado para o consumidor e é o cidadão que vai ter os preços dos produtos encarecidos”, disse.
“A empresa deveria ter a sensibilidade de que, nesse momento, ela deve contribuir com o povo do Amazonas e não colocar mais uma carga nos ombros do povo que está sofrendo. É por isso que, quando os caras começam a dizer mundo afora: ‘ah, eu estou preocupado com a Amazônia’ é conversa. Os caras estão preocupados é com o lucro. Isso é lamentável, e está aqui uma demonstração daquilo que eu estou sempre falando”, pontuou.
‘Pouca água’
A cobrança foi exposta pelo secretário de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Serafim Corrêa, durante a reunião do Conselho de Administração da Suframa nessa quarta-feira (3).
De acordo com Corrêa, no ano passado, durante a estiagem em outubro, as empresas cobravam o valor de 2.100 dólares no mês de outubro, mas neste ano, essas mesmas empresas querem dobrar o valor da taxa de “pouca água”, o que ele considerou um absurdo, pois o aumento desvaloriza todos os incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus.
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