Brasília (DF) – A Comissão de Educação (CE) debateu nesta sexta-feira (5), no Senado, junto a especialistas, as diretrizes para garantir a segurança nas escolas. Do encontro veio o alerta de que sociedade civil, o governo e as plataformas digitais precisam determinar formas efetivas de combater a disseminação do discurso de ódio que fomenta a explosão de violência no ambiente escolar.
Para a presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), Jade Beatriz, o poder público, incluindo as forças repressivas, precisam investigar articulações entre a onda de ataques recentes, que vitimaram alunos e professores, com a atuação de grupos neonazistas no submundo da internet.
Reforço das estratégias
Tanto ela, como a senadora Teresa Leitão (PT-PE), que conduziu a audiência, disseram que são contra a presença de seguranças armados ou políticas de vigilância excessiva no ambiente escolar, por intenderem que este tipo de ação fere o caráter pedagógico e inclusivo que as escolas devem ter. Ambas defenderam o reforço de estratégias que valorizem a diversidade cultural e o combate ao racismo e à discriminação de grupos sociais, a exemplo de indígenas e LGBTI+, como estratégias mais eficazes para a cultura de paz nas escolas.
O secretário de Políticas Digitais da Presidência da República, João Caldeira Brant, alertou para a forma com que grupos neonazistas utilizam a internet na atração de jovens seguidores.
A professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) Catarina Santos disse que as políticas públicas também precisam reforçar a educação digital. Não só para os estudantes, mas para a sociedade na totalidade.
É preciso um processo de formação crítica para as mídias. Não só pelo controle do que chega às redes, mas pela formação crítica da sociedade para não veicular, não compartilhe os absurdos que estão nas redes. Grande parte do pânico que houve em abril não tinha a ver com ameaças reais, mas com um projeto articulado de produção do pânico.
A representante do Ministério da Saúde, Kátia Barreto Souto, afirmou que o quadro atual de violência no ambiente escolar reflete a violência social que marca o Brasil.
Ela faz parte do grupo interministerial criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para propor ações de enfrentamento à violência e promover a cultura da paz nas escolas.
(*) Com informações da Agência Senado
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