Manaus, 3 de julho de 2025
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Cenário

Arthur Neto diz para Alexandre de Moraes ‘baixar a bola’

A crítica de Arthur Virgílio parte após Moraes abrir investigação, sob sigilo, para apurar o caso de mensagens entre assessores de seu gabinete e ex-auxiliares do TSE.

Arthur Neto diz para Alexandre de Moraes ‘baixar a bola’

(Fotos: Divulgação PSDB e TSE)

Manaus (AM) — O ex-senador Arthur Virgílio Neto gravou um vídeo e publicou nas redes sociais, sugerindo ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para “baixar a bola”.

“O senhor é uma pessoa que possui bastante conhecimento de Direito Constitucional, mas é preciso que o senhor tenha equilíbrio. Que não adianta conhecer todo o direito do mundo, se não tiver equilíbrio para aplicar com correção, sem perseguições, sem punições injustas, sem uma Débora longe dos filhos de três, quatro anos.”

A crítica do ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, parte após o ministro Alexandre de Moraes abrir uma investigação, sob sigilo, para apurar o caso de mensagens entre assessores de seu gabinete e ex-auxiliares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O novo inquérito foi aberto assim que uma reportagem realizada pela Folha foi publicada, relatando que o gabinete do ministro no Supremo ordenou por mensagens e de forma não oficial a produção de relatórios pelo TSE para embasar decisões do próprio ministro Moraes contra bolsonaristas no inquérito das fake news na corte em 2022.

A Polícia Federal intimou Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE, para depor na última quinta-feira (22), em São Paulo. A mulher de Tagliaferro também foi intimada para prestar depoimento.

Tal atitude soou ao ex-senador como uma atitude autoritária e própria de um ditador.“O poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente”, disse Arthur, fazendo referência a uma fala de Rui Barbosa.

“Não existe empate”. Arthur Neto ainda observa que as pessoas estão se afastando de Moraes e evitando aparecer ao lado dele e citou uma ocasião em que esteve em um mesmo evento que o ministro.

‘Baixa a bola’, sugere.

 

 

 

De acordo com a Folha, após as primeiras reportagens, na quarta-feira (14), Moraes disse, durante sessão no plenário do STF, que “nenhuma das matérias preocupa meu gabinete, me preocupa, ou a lisura dos procedimentos” e afirmou que tudo estava documentado. O presidente da corte, Luís Roberto Barroso, e o decano, Gilmar Mendes, também manifestaram apoio ao colega.

O inquérito foi aberto, segundo o site do STF, no dia 19 de agosto, uma segunda-feira.

Na quarta-feira (21), o advogado de Tagliaferro, Eduardo Kuntz, enviou um ofício a Moraes no qual diz ter sido surpreendido pela abertura da investigação e pela convocação para o depoimento. A defesa pediu “acesso total e irrestrito aos elementos de informação” que instruem o procedimento, alegando que, caso não tenham, o processo pode ficar prejudicado.

Kuntz também é advogado de ao menos dois ex-assessores de Jair Bolsonaro (PL), alvos da PF em casos sob relatoria de Moraes.

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