Manaus, 27 de abril de 2024
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A VIAGEM DE BARCO

A VIAGEM DE BARCO

Foto: arquivo pessoal

Hoje nossa coluna vai contar uma aventura numa viagem de barco rumo à Parintins. Estamos em junho que é o mês de Santo Antônio, São João e São Pedro, das comidas típicas, fogueiras e brincadeiras, mês também das quadrilhas, cirandas, danças e Boi Bumbá. E por falar em Boi Bumbá, esse mês teremos o Festival Folclórico de Parintins, onde Caprichoso e Garantido fazem a melhor disputa na arena do Bumbódromo, o maior espetáculo ao céu aberto do mundo. Portanto, lembrarei da minha viagem de barco em 2003.

Minha história começa no embarque rumo a Parintins. Era uma quarta-feira, e eu comprei uma passagem mesmo sabendo, que nesse dia tinha prova na faculdade, e que o barco sairia às 19 horas, da balsa amarela (quem é de Manaus e viajante conhece). O problema é que minha avaliação final começava às 18 horas e 30 minutos, logo combinei com uma amiga pra ela pedir uma tolerância de 30 minutos na saída do barco, mesmo conseguindo esse tempo, só sair da faculdade às 19h45. Implorei para um amigo evangélico (rsrsrs) que tinha moto para me levar até o porto. Conseguindo convencê-lo, fomos numa velocidade de tartaruga, pois o mesmo não dirigia acima dos 60km por hora. A corrida de moto que duraria uns 15 minutos, demorou mais de meia hora, contudo, mesmo assim cheguei ao destino com minha mochila nas costas.

Quando cheguei por volta das 20h30, o barco já havia saído, após uma rápida ligação para a amiga, soube que o barco havia parado e para minha sorte estavam esperando a equipe de manutenção chegar, pois tinha quebrado uma peça. Então peguei uma “voadeira” e fui encontrar o barco depois do Encontro das Águas. Numa escuridão onde o “breu” só era quebrado pelas luzes distantes da cidade e de outras embarcações, como navios cargueiros. Numa aventura inesquecível naveguei pelas águas escuras do Rio Negro, sem colete salva-vidas e sobre o olhar da dona da noite, a lua cheia.

Quando cheguei no barco subi pelo lado e ao entrar na área de lazer, a turma toda ficou de zoeira, por acreditarem que o barco parou por minha causa, para me esperar. Diziam que eu ia pagar a cerveja pelo demora e pelo fato de que foi só eu chegar o barco recomeçou a viagem com destino a ilha da magia. Ao som de muita toada viajamos numa só alegria. Foi uma viagem divertida e como de costume na última noite do festival, retornamos a Manaus. Acompanhamos pelo rádio e comemoramos o título de Campeão do Caprichoso naquele ano. Essa foi a última viagem de barco, desde então só fui para Parintins de lancha e/ou avião.