Manaus (AM) – A meteorologia diz que o El Niño perde força no fim do mês de maio. O fenômeno responsável pelo aquecimento das águas do oceano tem a tendência de influenciar nas condições extremas do clima.
Enquanto a seca assola o Amazonas, o Sul do Brasil, de maneira inversa, enfrenta enchentes catastróficas que deixam um rastro de destruição. As fortes chuvas que atingem a região nos últimos meses têm causado inundações em cidades inteiras, levando ao fechamento de estradas, danos a propriedades e o pior: perdas de vidas.
Nessa sexta-feira (17), já foram registradas as mortes de 154 pessoas e 98 seguem desaparecidos, conforme os dados da Defesa Civil do Estado.
As fortes chuvas registradas no Rio Grande do Sul foram provocadas por uma conjunção de diferentes fatores, segundo o meteorologista Marcelo Seluchi, que é também coordenador-geral de Operação e Modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Um desses fatores é a onda de calor que atinge a região central do país. O ar seco e quente impede a passagem das frentes frias do Sul para o Norte, provocando desastres ambientais.
Com isso, o Amazonas, cujo período deveria ser o mais chuvoso, segundo o Inmet, é impactado com a seca. Sem chuvas suficientes para encher os rios, o que ocorre é um alerta para mais um ano de seca extrema, igual ou até pior que a do ano passado, conforme a Defesa Civil.
Para evitar desabastecimento em áreas distantes do grande centro de abastecimento, o secretário da Defesa Civil, coronel Francisco Máximo, alertou que se faça estoque de alimentos nessas localidades.
Vale destacar que, no ano de 2023, a seca extrema afetou diversas comunidades indígenas e ribeirinhas, que ficaram sem água potável e sem alimentos. Ainda, a morte de mais de 200 botos, e peixes em consequência das altas temperaturas, que dizimou ainda outras espécies aquáticas.
Fumaça
Em 2023, além dos eventos climáticos provocados pela natureza, Manaus sofreu com a qualidade do ar afetada por fumaça oriunda das queimadas, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama)
Na primeira quinzena de outubro, Manaus chegou a registrar três dias seguidos de intensa fumaça. Na ocasião, a capital amazonense ficou entre as cidades com pior qualidade do ar no mundo. Somado a isso, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) contabilizou o número de queimadas para o mês, como o maior registrado nos últimos 25 anos; foram quase 4 mil focos de calor.
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