Manaus (AM) – Os moradores da zona rural do município de Uarini, a 564 quilômetros de Manaus, estão com medo de levar os filhos para a Escola Municipal Vila Soares, com receio que a estrutura desabe sobre as crianças. Algumas famílias se recusam a levar os filhos para a escola devido à falta de segurança no local.
Conforme a moradora Suenne Farias, de 25 anos, a estrutura antiga feita de madeira está caindo aos pedaços e não aparenta ter condições de abrigar uma escola.
Ao Portal AM1, a moradora relatou que o assoalho está desabando, representando perigo para as crianças e os profissionais da educação.
As dificuldades começam antes mesmo de chegar à escola, já que, por ser localizada em um terreno mais alto, é necessário subir uma escada esculpida no barranco.
Segundo a moradora, no período de chuva, a situação piora com o risco de acidentes tanto das crianças quanto dos adultos.
“O transporte é feito a pé e dificulta ainda mais em tempo de chuva, pois o terreno fica muito perigoso. A escada que dá acesso à escola é feita de pedaços de pau”, disse a moradora.
Ainda segundo ela, a Escola Municipal Vila Soares não tem mesa e nem cadeiras paras as crianças sentarem na hora da merenda. Professores e alunos precisam sentar no chão para se alimentarem.
No local, também há risco de contaminação, já que a escola não possui local apropriado para fazer a alimentação. “Não tem pia, as vasilhas e merendas são lavadas ao ar livre, sem nenhuma segurança”, afirmou.
A situação, que já é complicada para alunos e professores, piora quando se trata de saneamento básico. A escola não tem banheiro, por isso, as necessidades fisiológicas são feitas em uma privada em sistema de fossa. Para piorar a situação, o banheiro improvisado está em péssimas condições, com telhado caindo e o assoalho danificado.
Conforme Suenne, o local está em reforma. “Esse era o banheiro do ano passado, agora, tão fazendo esse que nunca termina de ser feito, e as crianças fazem as necessidades no mato”, disse.
Em junho deste ano, professores da rede municipal de educação de Uarini disseram que estavam há três meses sem receber o pagamento salarial.
No início de março, a Prefeitura anunciou a realização de um Processo Seletivo que visava, de acordo com publicação, a contratação de 202 professores para atuação na zona urbana e rural, com salários de R$ 1.312,00 a R$ 1.443,12.
Conforme os educadores, eles foram contratados em março, mas, desde então, receberam somente neste mês de junho e, além disso, um valor inferior ao salário que foi acordado entre eles e a secretaria de Educação do município.
Ao Portal AM1, o chefe de gabinete da prefeitura, Eliomar Monteiro, disse que a escola foi reformada e que no local foi construído poço artesiano. A reportagem solicitou as fotos da escola reformada, mas Eliomar disse que somente a equipe de engenharia tinha fotos da escola.
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