A pouca procura pela imunização contra a febre amarela no Amazonas, em 2017, fez o estado acumular 281.238 mil doses da vacina. O estado integra a lista de áreas consideradas endêmicas da doença. Apesar disso, as autoridades de saúde afirmam que não há riscos de surtos, a exemplo de São Paulo e Minas Gerais. Este ano, ainda não houve registros da enfermidade no estado.
De acordo com a Fundação de Vigilâcia em Saúde (FVS-AM), as vacinas são encaminhadas pelo Ministério da Saúde e distribuídas mensalmente atendendo à solicitação dos municípios.
Em 2016, a Gerência de Imunizações da FVS-AM disponibilizou aos municípios 618.910 doses de vacina e em 2017, 528.530 para aplicações de rotina. Desse total, 283.692 pessoas foram imunizadas em 2016. Já em 2017, esse número chegou a 247.292 pessoas.
Segundo a FVS, não houve aumento da procura pela vacina após os surtos em outros estados do país.
Todo o Estado é considerado endêmico para a febre amarela silvestre. Segundo a Secretaria de Estado e Saúde, o maior risco é para as pessoas que vivem ou adentram áreas de floresta para fins de trabalho ou lazer, e a zona rural dos municípios, incluindo a de Manaus.
Na região Norte, a imunização contra a doença está incluída no Calendário Nacional de Vacinação.
A coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Izabel Nascimento, disse que o esquema de imunização foi implantado no estado em 1996.
“Ao longo de 22 anos foram aplicadas mais de 7 milhões de doses da vacina de Febre Amarela no nosso estado. É o dobro da nossa população. Isso não quer dizer que toda nossa população está imunizada e tanto que no ano passado tivemos casos”, disse.
O calendário vacinal determinado pelo Ministério da Saúde prioriza que crianças recebam a vacina aos nove meses de vida, com reforço aos 4 anos. No caso dos adultos não vacinados, a recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de uma dose para a proteção contra a doença durante o restante da vida.
Em todo o Amazonas, a cobertura vacinal do Amazonas é de 80,05% da população, o que equivale a 2.880.677 pessoa vacinadas. A coordenadora do Programa Estadual de Imunização diz que a taxa ainda não é a ideal.
“O melhor seria 100% ou no mínimo 95%. Não é falta de vacina. O que está faltando é a população saber que a vacina existe e está lá. Nós temos um problema maior com população adulta que só procura a vacina quando quer viajar”, destacou.
Na capital, a vacinação é oferecida nas 185 salas de vacinação em Unidades Básicas de Saúde (UBS) localizadas em todas as zonas da cidade. A Secretaria Municipal de Saúde recebe, mensalmente, de 30 mil a 40 mil doses. Em 2017 foram aplicadas 151.220 doses.
“Precisamos informar a população de que no nosso estado essa vacina é rotina e tem diariamente em todas as unidades de saúde”, disse.
Sobre a febre amarela
Até as primeiras décadas do século 20, a febre amarela era um grave problema de saúde pública, afetando as populações urbanas. Depois, a doença foi controlada nas cidades e desde então os riscos se concentram nas áreas urbanas e de floresta. A doença se classifica em “silvestre” e “urbana”.
A febre amarela silvestre se mantém naturalmente em um ciclo de transmissão que envolve primatas não humanos (hospedeiros animais) e mosquitos silvestres dos gêneros Haemagogus e Sabethes. O mosquito se contamina ao picar um macaco infectado e, ao picar uma pessoa, transmite o vírus. A febre amarela urbana, que não é registrada no país desde 1942, é causada pelo mesmo vírus e se manifesta da mesma forma, mas o mosquito transmissor é o Aedes aegypti.
(*) Com Informações da Assessoria
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