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Cidades

Danos ambientais somam mais de R$ 580 milhões em 2019, diz Força-Tarefa Amazônia

O objetivo do grupo Força-Tarefa Amazônia é facilitar o diálogo entre os procuradores da república que atuam na área ambiental e entidades como o Ibama, a Polícia Federal e o Exército

Danos ambientais somam mais de R$ 580 milhões em 2019, diz Força-Tarefa Amazônia

PORTO VELHO, RO, 09.09.2019 - Vista aérea de queimada na Floresta Amazônia, vista à partir da cidade de Porto Velho, capital de Rondônia. (Foto: André Cran/Folhapress)

Foram registradas em pouco menos de dois anos pela Força-tarefa Amazônia, atividades de mais de R$ 580 milhões em prejuízos ambientais documentados, cerca 84 pessoas indiciadas por crimes ambientais e a identificação de quadrilhas ligadas à grilagem, corrupção em órgão ambiental e mineração ilegal.

A força-tarefa teve início em agosto de 2018 e tinha como objetivo inicial uma ação de 18 meses, contudo seu período de ação foi ampliado em um ano, segundo portaria publicada no Diário Oficial da União na última sexta-feira, 14, e assinada pelo procurador-geral da República, Augusto Aras.

Atualmente o objetivo do grupo é facilitar o diálogo entre os procuradores da república que atuam na área ambiental e entidades como o Ibama, a Polícia Federal e o Exército, além de também ganhar eficiência, considerando que os crimes contra o ambiente transcendem a área amazônica.

Durante a operação Elemento 79, por exemplo, a Polícia Federal apreendeu uma barra de prata disfarçada de ouro em Manaus. As autoridades suspeitaram sobre as motivações de alguém disfarçar prata de ouro, produto sobre o qual há maiores impostos.

‘Mineração ilegal’

Após análises na Caixa Econômica Federal, descobriram uma ligação do ouro apreendido em Manaus com uma loja de compra e venda do metal precioso em Belo Horizonte. A loja de pequeno porte emitia notas fiscais falsas que eram usadas para disfarçar o ouro proveniente de áreas de mineração ilegais de estados amazônicos como Roraima, Rondônia e Amazonas. 

Outra operação de destaque da força-tarefa foi a operação Ojuara contra uma grupo acusado de fraudar fiscalizações de desmate e grilagem de terras no Amazonas. Entre os acusados está Carlos Gadelha, ex-superintendente do Ibama no Acre.

No esquema estavam envolvidas grandes pecuaristas da região, policiais locais (que atuavam como milícias e faziam serviços de pistolagem) e o servidor do Ibama que foi preso. O ex-superintendente preenchia os autos de infração com informações propositalmente erradas, o que enfraquecia os processos, além de multar laranjas no lugar dos verdadeiros responsáveis pelos crimes.