O vereador Cabo Marcelo (MDB) voltou a denunciar a atual administração da Prefeitura de Rio Preto da Eva (a 80 quilômetros de Manaus), por má gestão pública. Dessa vez, ele acusa o prefeito Anderson Souza (PROS) de ‘obrigar’ professores temporários a atuar na linha de frente do combate à Covid-19 no município, mesmo sem nenhum preparo técnico. Ele também alega que a cidade recebeu recursos para contratar pessoal qualificado.
“Os professores têm que ficar em supermercados, barreira da cidade e demais locais controlando o fluxo de pessoal. Quero dizer que até aqueles que são profissionais da Fundação de Vigilância em Saúde já foram infectados, agora, imaginem quem não tem experiência e nem noção de saúde”, escreveu em uma nota de repúdio, publicada nesta quinta-feira, 14, nas redes sociais.
A denúncia do parlamentar tem como base o Ofício Circular N° 010/2020, assinado pela secretária municipal de Educação, Eliete da Cunha Beleza, no último dia 6 e que foi anexado à publicação.
O documento lista mais de 40 professores que atuam em regime temporário na rede pública municipal e que foram convocados “devido à suspensão das aulas e a necessidade de reforçar as ações voltadas ao enfrentamento da Covid-19″, fazendo “imprescindível o direcionamento dos profissionais citados”.
Áudio e mensagens
Segundo o único vereador de oposição, os próprios profissionais da educação teriam denunciado o caso e expõem na postagem trechos de conversas com tom de ameaças, alertando que quem não comparecer, terá o salário cortado e o contrato não será renovado.
“Então, por favor, estejam preparados e compareçam quando forem convocados na escala. Caso contrário, infelizmente, terão prejuízos salariais”, diz em um trecho da mensagem.
Em outra parte da conversa, é informado que o comparecimento dos professores listados na relação “é obrigatório” e que “não é possível a Vigilância Sanitária se adequar ao caso de cada um”, ficando “impossível de montar uma escala assim”.
Já no áudio enviado ao Portal AM1, o vereador afirma que nitidamente dá para ouvir a verdade sobre a real situação da saúde no município, no qual afirma que os profissionais estão passando por sérios problemas no enfrentamento da pandemia.
“Estamos precisando de todos até para podermos justificar a renovação do contrato de vocês por mais três meses. Se toda vez que a saúde ficar tendo furos, fica difícil, porque se coloquem no lugar, eles estão agora com vários problemas e estão enfrentando dificuldades. Caso alguém adoeça ou aconteça outra coisa, será liberado, mas os da lista já estão a serviço da saúde”, diz a interlocutora.
Recursos
Além disso, o vereador reafirma que o município de Rio Preto recebeu recursos para ajudar no combate à doença, nos quais, conforme ele, será aplicada à contratação de pessoal qualificado na área da saúde.
“O que me deixa mais indignado é por saber que veio bastante recurso e ainda virá mais, o que leva a indagar por qual motivo a saúde passa por tantos problemas ? Seria uma má gestão ?”, questionou o parlamentar.
Em abril, o vereador Marcelo desmentiu o prefeito Anderson que afirmou, durante uma transmissão ao vivo, que a cidade não teria recebido recursos para ajudar no combate ao novo coronavírus. Segundo ele, Rio Preto da Eva recebeu o repasse de R$ 412,3 mil do FTI e mais mais R$ 76,6 mil do FMS.
O político de oposição afirma, ainda, que levará esse novo caso ao Ministério Público Federal (MPF) e demais órgãos para investigação.
“Veio recurso para a contratação de pessoal qualificado e não para ficar coagindo os professores para que eles atuem em uma área que não é sua e na qual não possuem experiência e nem garantia nenhuma. Rio Preto da Eva virou uma cidade sem lei e sem noção, peço aos meus pares que coloquem a mão na consciência e me ajudem a barrar esse absurdo”, pediu o vereador ao finalizar a publicação.
Sem resposta
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Rio Preto da Eva não se manifestou até o fechamento desta matéria.
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