O Amazonas1 produziu uma série de reportagem para denunciar o descaso do poder público quanto a falta de infraestrutura, saneamento básico e limpeza no município de Presidente Figueiredo, conhecido como a Terra das Cachoeiras.
A primeira, que foi ao ar na tarde de ontem, 21, tratou sobre a falta de manutenção de uma ponte que leva risco a crianças que necessitam do local para ir à aula. Mas o município também sofre com buracos, lixão a céu aberto na estrada de Balbina, e acúmulo de lixo pela cidade, como veremos a seguir.
Um lixão a céu aberto, que fica no meio da floresta, no quilômetro 4, da estrada AM-240, que liga a Vila de Balbina à ‘Terra das Cachoeiras’, causa transtorno à população das proximidades.
Há cerca de quatro dias, um trator responsável pelo serviço de empurrar o entulho para dentro do matagal quebrou, impossibilitando o trabalho dos profissionais e agravando ainda mais a situação.
Conforme um homem que trabalha no local e não quis se identificar, com medo de represálias, com o problema do trator, conhecido também como ‘empurradeira de terra’, não é mais possível o caminhão de lixo ultrapassar uma via que deveria ser utilizada como acesso ao lixão a céu aberto que fica mais a fundo na selva, fazendo com que os detritos sejam despejados em uma área próxima a quase 400 metros da estrada de Balbina.
A denúncia foi verificada in loco pela reportagem do Amazonas1, que confirmou a situação de descaso, conforme as imagens registradas pelo fotojornalista Márcio Silva. Ainda segundo o profissional que trabalha no lixão, a previsão para que o trator seja arrumado é até a próxima semana.
Na cidade
As negligências também podem ser conferidas na sede do município de Presidente Figueiredo, como é o caso de um depósito de lixo que fica atrás do Mercado Municipal e em frente de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) Francisco Xavier, localizada na rua Andiras. Em consequência da sujeira, é possível sentir um forte mau cheiro. Ao lado do mercado, ainda há uma escola de Ensino Fundamental.
“É um descaso principalmente para quem precisa vir à UBS, porque temos que conviver com esse fedor. Hoje (21), ainda está limpo, porque era ainda pior dias atrás. O mais grave é para as crianças que precisam estudar e têm que passar por essa rua”, disse uma mulher, que também não quis se identificar com medo de represálias.
Prefeitura
A reportagem procurou o prefeito Romeiro Mendonça (PDT), por volta das 16h dessa quinta-feira, 21, para questionar o que a gestão municipal têm feito quanto a limpeza da cidade e quanto ao lixão a céu aberto que fica no quilômetro 4, na estrada AM-240, mas foi informada de que o expediente da prefeitura era até as 13h e que não poderia realizar atendimento no momento.
No entanto, a secretaria repassou o número de telefone, com terminação ‘356’, do secretario ‘Valter’, da secretaria de Cultura e Eventos do município, para que o Amazonas1 entrasse em contato. Ao longo da manhã desta sexta-feira, 22, a reportagem tentou contato com o secretário, mas não obteve retorno.
Fiscalização
Conforme o Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), que é responsável pela fiscalização contábil, econômica e patrimonial do Estado, estão previstas para acontecer ações junto às prefeituras do interior para solucionar a questão dos lixões, que causam prejuízos aos cofres públicos e afetam a saúde da população, gerando mais gastos.
No mês de outubro, o TCE assinou um Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) para acabar com o lixão de Parintins e estabeleceu um prazo de até 24 meses (2 anos) para a prefeitura fazer a destinação correta e o manejo dos resíduos sólidos produzidos pelos parintinenses. O prazo está previsto no Termo de Ajustamento de Gestão (TAG), assinado na noite do dia 21, no bumbódromo, entre o prefeito Frank Luiz da Cunha Garcia, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e o Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM).
O TCE destaca, ainda, que o mesmo termo está previsto para acontecer no município de Presidente Figueiredo. “A nossa intenção é que seja solucionado o problema do lixo em todo interior do estado. O que foi feito em Parintins é nossa intenção fazer, inicialmente, na região metropolitana de Manaus, incluindo Presidente Figueiredo”, destacou o conselheiro Júlio Pinheiro.
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