Manaus, 4 de maio de 2024
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Cidades

Mais de 25% de bares e restaurantes fecharam definitivamente no AM, diz Abrasel

A previsão é que o setor ainda seja muito penalizado, pois mesmo com a regressão das fases do ciclo da pandemia, ele continuará com uma série de restrições

Mais de 25% de bares e restaurantes fecharam definitivamente no AM, diz Abrasel

(Foto: Márcio Silva/ Portal AM1)

O setor de alimentação é um dos mais prejudicados com a pandemia da covid-19. Segundo a Associação de Bares e Restaurantes do Amazonas (Abrasel), a estimativa é que mais de 25% dos estabelecimentos do setor tenham fechado definitivamente no Amazonas.

“A nossa estimativa é que desde o início da epidemia mais de 25% das empresas do setor de bares e restaurantes já encerraram definitivamente as suas operações. A previsão para 2021, principalmente aqui no Amazonas, mais especificamente em Manaus, não é boa, tendo em vista a segunda onda da covid que nos atingiu em cheio”, afirmou um dos conselheiros da Abrasel, Rodrigo Zamperlini.

A fim de amortecer a queda na economia do estado, o Governo do Amazonas reduziu a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 3,5% para 2% e abriu linhas de crédito especiais, por meio da Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam), no entanto, essas medidas não têm sido suficientes para contornar a crise.

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“Essa redução é válida apenas para as empresas que estão fora do regime tributário do Simples Nacional, ou seja, a imensa maioria das empresas do setor de bares e restaurantes não foi contemplada com esse benefício, ele atinge apenas aquelas com faturamento que as coloca no regime tributário, diferente desse simplificado”, explicou Zamperlini.

Para os consumidores que esperavam sentir a redução no bolso, as medidas também não foram suficientes. O conselheiro da Abrasel explica que, para ter algum impacto no preço final, em relação às empresas beneficiadas, seria necessário haver uma estabilização de preços em relação aos insumos.

“O que nós temos observado é que há um aumento constante dos insumos, isso é a realidade de mercado hoje. Não há nada que o setor de bares e restaurantes possa fazer de efetivo para evitar que isso aconteça, o que o setor tem feito é não repassar esse aumento de custo dos insumos ao consumidor final”, disse Zamperlini. Ele destaca, também, que todos os outros tributos do governo federal e do município não tiveram redução.

Medidas restritivas

De acordo com o conselheiro, o setor ainda será muito penalizado, pois mesmo com a regressão das fases do ciclo da pandemia – que está na fase roxa no Amazonas – ele continuará com uma série de restrições.

“Mesmo na fase laranja, os bares e restaurantes não poderão funcionar no fim de semana, a não ser com delivery retirada e drive-thru e não ter o funcionamento dos seus salões, do seu espaço físico, mesmo cumprindo todas as regras exigidas pelos protocolos, é a mesma coisa que você decretar o encerramento de mais uma porção de atividades”, concluiu.

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Para o empresário Pedro Arcanjo, que possui uma lanchonete no bairro Cidade Nova, zona Norte de Manaus, a redução da carga horária é o grande vilão para as empresas do setor de alimentação. Ele conta que, por isso, teve de reduzir pela metade o quadro de funcionários.

“Nós estávamos acostumados a trabalhar até a zero hora e, devido ao decreto, nós estamos trabalhando até as 19h e pra [sic] melhor atender os clientes nós tivemos que nos adaptar, usando as redes sociais, usando o sistema de delivery.  Mas infelizmente, nós tivemos que dar a conta de funcionários, cortamos 50% do nosso quadro de funcionários”, disse.