Thalia foi morta com um tiro no pescoço em uma barreira policial. (Reprodução/FB)
De acordo com Ruth Falcão, que era amiga da Thalia Oliveira, domingo não foi a primeira vez que o sargento da Polícia Militar (PM) Rosivaldo Oliveira se precipitou ao disparar um tiro.
Ele atingiu a estudante de psicologia quando a motocicleta em que ela estava não parou na blitz na barreira de Rio Preto da Eva. O caso comoveu moradores do município da universitária que agora pedem por justiça.
“Nós só queremos justiça e que o criminoso pague pelo crime que cometeu, pois não é a primeira vez que ele atira”, afirma Falcão.
Ela testemunhou o agente público em uma ocorrência no município e o sargento também não hesitou em puxar o gatilho, conforme o relato. “Aqui onde eu moro, ano passado, um homem tentou entrar na casa da minha vizinha, nós ligamos para a polícia e esse dito PM foi lá conosco. O cara correu para pular o outro muro do vizinho, quando o policial avistou ele e deu dois tiros, só que não pegou no fugitivo”, contou. “Está certo que ele estava roubando, mas era só ser punido pelo que fez. Isso só mostra como o PM costuma agir”, pondera ela que sente a perda da amiga.
Brincalhona
As duas se aproximaram recentemente porque passaram a utilizar o ônibus universitário. A Thalia estava somente há um mês na universidade e precisava de ajuda para se localizar na instituição, a Ruth ajudava nessa nova jornada da vida da colega que foi embora sem concluir uma série de planos.
“Eu disse que ia levá-la para conhecer tudo, porque já conheço um pouco a instituição e ela estava tão empolgada e feliz”, disse Ruth, que demorou a acreditar na morte da amiga com quem trocou áudios em um aplicativo de celular dias antes do domingo fatídico.
Thalia marcou os amigos por ser sorridente e brincalhona. Na última quarta fez uma foto em que pregou uma peça nos colegas. Ela aparecia beijando a barriga da melhor amiga, Thalita, com a legenda: “Titia já ama”, sugerindo uma gravidez, mas não passava de uma descontração.
“Mandei mensagem para ela, perguntando ‘O queeeeee, como assim ?’ ela me mandou de volta um áudio às gargalhadas, nós conversamos um pouco, combinamos um chá de bebê, no fim ela disse que era brincadeira, mas que queria um sobrinho para daqui uns anos”, lembra Ruth.
O Amazonas1 enviou um e-mail para a assessoria da corregedoria da PM para saber se o sargento Rosivaldo Oliveira respondia a alguma outra denúncia como a da universitária, mas até o fechamento dessa matéria não recebeu resposta.
O comando Geral da Polícia Militar comunicou, em nota oficial, que o caso será apurado pela Diretoria de Justiça e Disciplina (DJD), que instaurou procedimento administrativo contra o militar que responderá a Inquérito Policial Militar (IPM) com o imediato afastamento de suas funções até a conclusão dos procedimentos judiciais cabíveis.
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, siga no Instagram e também no X.
