Manaus, 23 de abril de 2025
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Manaus, 23 de abril de 2025

Manchete

Amazonino deixa faltar medicamento especial para crianças diabéticas

Amazonino deixa faltar medicamento especial para crianças diabéticas

A informação está no 'Divulga Cand', na página do TSE. (Foto: Reprodução)

Pais de crianças diabéticas estão desesperados com a falta de remédios na Central de Medicamentos do Amazonas (Cema) há três meses, segundo eles. Sem a regularização da situação pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Susam), os pais dizem que terão que desembolsar até R$ 800 por mês para o tratamento dos filhos, entre crianças e adolescentes. Em alguns casos, o temor é de que novas internações aconteçam.

Remédios para diabetes em falta

Amazonino prometeu o suprimento “urgente” de remédios (Foto: Clóvis Miranda/Secom)

No plano de governo para 2017/2018 registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Amazonino, que também sofre com a doença, prometeu “o suprimento urgente de remédios na qualidade e quantidade necessárias”.

Questionada acerca da falta de medicamentos na Cema, a Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) não respondeu a nenhuma das perguntas (veja no final as perguntas feitas pelo Amazonas 1). A Secom é a pasta responsável pela comunicação do Governo do Estado.

De acordo com os pais, entre os medicamentos que estão em falta estão as insulinas Lantus e a Humalog.

Pais se ajudam

Alguns pais chegaram a criar um grupo no WhatsApp chamado ‘Uma Vida Doce para o Diabetes’, para compartilhar informações. O grupo hoje conta com cerca de 50 pais.

Segundo uma das mães do grupo, ela chegou até a doar remédios da sua filha “para a amiguinha dela” – nas palavras da dona de casa Raimunda Maria Marques Pena, 40. “Mas se não chegarem logo esses remédios, vou ter que colocar a mão no bolso para comprar. Minhas amigas do grupo já estão comprando”, afirmou.

Desempregada desde que decidiu ficar em casa para cuidar da filha, Raimunda disse que os pais já procuraram a Cema para saber quando os remédios voltarão a ser distribuídos. “Nos disseram que não têm uma posição”, afirmou, após contar que entrou em contato uma mãe desesperada. “As coisas não estão fáceis”, afirmou.

Na Cema, pais não têm resposta precisa sobre o fornecimento dos remédios (Foto: Reprodução)

Hoje, a família depende unicamente do salário do marido de Raimunda. De acordo com ela, a dificuldade vai além dos custos com os medicamentos para a filha de 15 anos. “A alimentação é diferenciada, não é como de qualquer outra criança. A gente tem que ter cuidado para os filhos não comerem qualquer coisa”, disse.

“Comer um pudim é como uma sentença de morte”, diz mãe

Raimunda e os outros pais apelam para que o Governo do Estado volte a fornecer os medicamentos. “Para eles (filhos), a insulina é vida”, afirmou. “Comer um doce, um pudim, é como uma sentença de morte se não tiver esse remédio”, completou.

A auxiliar de dentista Maria de Fátima Correa Silva, 37, teme que a filha seja internada novamente. “Ela foi diagnosticada com 7 anos. A gente chegou a ir para a Justiça para poder receber o medicamento e, agora, está com essa falta (na Cema”, disse.

Maria explicou que há medicamentos que estão em falta há três meses, e outros há dois meses. “Em outubro, a gente foi pegar insulina e não tinha”, afirmou.

Nesta semana, uma postagem no Facebook feita pelo subsecretario Municipal de Juventude, Rodrigo Guedes, chamou a atenção para o problema enfrentado por dezenas de pais. “Crianças estão passando mal, correndo sérios riscos”, disse, no post.

Perguntas feitas para a Secom
– Quais medicamentos estão em falta?
– Qual a previsão para a chegada desses medicamentos?
– Quantas pessoas recebem medicamentos para o tratamento da dibetes?
– Destas, quantas são crianças?

Susam diz que remédios chegaram nesta quarta

Na manhã desta quinta-feira (11), a Susam informou ao Amazonas 1 que a insulina já foi comprada e chegou na tarde de ontem à Centra de Medicamentos e estão à disposição dos usuários atendidos pelo Programa Estadual de Medicamento Especializado (Prorme).

“A Susam informa, ainda, que a medicação está entre os itens encontrados em falta ou com estoque abaixo do normal pela atual gestão. Assim que tomou conhecimento da situação, quando assumiu, foi iniciado o  processo de compra, respeitando os trâmites legais da administração”, diz a nota.