Amom e Joana querem informações sobre PMs que mataram cão a tiros em Manaus

Manaus (AM) – Dois policiais militares, ainda não identificados, estão sendo acusados de matar um cachorro durante uma abordagem no conjunto Boas Novas, bairro Cidade Nova, zona Norte de Manaus. Ao receberem a denúncia, a deputada estadual Joana Darc (UB) e o deputado federal Amom Mandel (Cidadania) cobram investigação sobre o crime de maus-tratos contra o animal.

Um vídeo do momento em que o fato aconteceu mostra as pessoas em desespero ao presenciarem o crime de maus-tratos contra um cachorro caramelo. No vídeo, uma mulher grita aos prantos: “gente, eles mataram o cachorro, na maldade. Ele matou o Bethoven“.

Segundo informações de testemunhas, os policiais faziam a abordagem a um homem que estaria em posse de entorpecentes e começaram a agir com força contra ele – momento esse que o animal pulou perto deles e um dos policiais atira na cabeça do cão.

“No momento em que eles estavam abordando um rapaz – dono do cachorro – começaram a bater no rapaz. Foi quando o cachorro pulou, não mordeu, não tem marcas de mordida, e só deu tempo de eu tirar o meu filho que estava perto. Ele atirou na cabeça do cachorro, foi proposital. Porque se não fosse proposital, ele teria atirado para cima, para outro lugar, mas não, ele escolheu atirar no cachorro”, relatou a mulher.

“Nós não estamos aqui [revoltados] por causa do rapaz, mas sim, por causa do animal. O cachorro não é bandido, não roubou, não matou, não fez nada! Ele atirou na cabeça, foi intencional. Ele [o policial] é treinado, é instruído e fez isso de propósito!”, completou.

Os moradores, revoltados, gritam e acusam os policiais pedindo justiça pelo bicho. “Poxa, vida. O cachorro não tem nada a ver! [com o crime]”, disse a mulher, que gravou o episódio.

Ainda segundo os moradores, após ser baleado, o animal ainda foi atropelado, duas vezes, uma dessas, seria pela viatura da Polícia Militar.

 

Parlamentares e ativistas se revoltam

O fato chegou a parlamentares e ativistas da causa animal, um deles, a protetora de animais e deputada estadual, Joana Darc (UB), que compartilhou o vídeo nas redes sociais e enviou sua equipe veterinária para buscar o corpo do animal a fim de fazer perícia.

No local, segundo a equipe, a cápsula da bala foi recolhida pela polícia – o que causou indignação na parlamentar. Darc afirma que já está atuando oficialmente no caso e “NÃO PASSARÁ IMPUNE”.

 

“Eu sou uma apoiadora do trabalho da Polícia Militar, da segurança pública, mas, por uma atitude isolada, não podemos generalizar o serviço da PM. Mas, existem bons policiais e maus policiais. Repito, essa atitude isolada, criminosa, covarde de atirar na cabeça do animal para matar não reflete o trabalho maravilhoso da Polícia Militar. Mas a gente não passa pano para uma atitude dessa. Sendo crime, a gente vai correr atrás, sim”, afirma.

Outro parlamentar que se manifestou sobre o caso foi o deputado federal Amom Mandel (Cidadania) e disse que também tomará providências. “Solicito que quem tiver mais informações sobre esse caso, por gentileza me mande no direct para que nossa equipe tome as devidas providências e acione a secretaria de segurança pública para apuração do crime narrado no vídeo. Não passará impune”.

 

Além deles, o ativista da causa, Amauri Gomes, disse que acionaria o Ministério Público para representar o caso contra os policiais, que os chamou de “criminosos de farda”.

“Qual o prefixo da viatura? Atitude totalmente errada em atirar em um animal na rua, na minha concepção cometeu crime de maus tratos que inclusive aumenta a pena por ter levado o animal a óbito conforme lei 14.064/2020 ainda que o animal tivesse latido pra ele, se ele atira pra cima o animal certamente fugiria por medo do barulho, ou seja um CR1M1N0S0 de farda! Vou representar contra ele na corregedoria e M.P!”

 

Procurada pelo Portal AM1, a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) não se manifestou sobre abrir ou não uma investigação para apurar o caso. A pasta, tampouco, confirmou se os policiais envolvidos sofrerão algum tipo de punição administrativa; espaço segue aberto para posicionamentos.

 

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