Manaus, 26 de março de 2025
×
Manaus, 26 de março de 2025

Cidades

Após quatro anos, família continua à procura de Erlon Gabriel, desaparecido em Manaus

O menino desapareceu na manhã do dia 6 de fevereiro de 2020, enquanto brincava no pátio da residência da família, na comunidade União da Vitória, no bairro Tarumã-Açú, na Zona Oeste de Manaus.

Após quatro anos, família continua à procura de Erlon Gabriel, desaparecido em Manaus

Erlon Gabriel tinha apenas 2 anos quando desapareceu - (Foto: arquivo pessoal)

Manaus (AM) – Após quatro anos do desaparecimento do pequeno Erlon Gabriel, a família segue com as buscas e mantém a esperança de encontrar o menino, que desapareceu aos 2 anos de idade, na manhã do dia 6 de fevereiro de 2020, enquanto brincava no pátio da residência da família, localizada na rua 7, comunidade União da Vitória, no bairro Tarumã-Açú, na zona Oeste de Manaus.

Hoje, Erlon Gabriel estaria com 6 anos. No entanto, não há nenhuma projeção de imagem de como ele poderia estar fisicamente atualmente.

Em entrevista ao Portal AM1, a mãe da criança, Maria Dias, relatou que tem esperança de encontrar o filho vivo. Com a ajuda de familiares e amigos, ela continua as buscas pelo pequeno.

“Continuamos as buscas, continuamos a procurar informações. Se alguém viu, se alguém sabe, de alguém que possa dar alguma informação, acho que nós podemos encontrá-lo. Tenho fé em Deus que ele me dará uma resposta sobre o meu filho”, diz Maria.

O pequeno Erlon Gabriel estava brincando no pátio de casa – (Foto: Divulgação/Arquivo pessoal)

Ao ser questionada sobre como tem enfrentado todo esse tempo sem notícias do filho, Maria frisa que busca forças em Deus. “A força vem de Deus, somente dele”.

Para ajudar com informações que levem ao paradeiro de Erlon, Maria criou uma página no Facebook para compartilhar fotos do filho, com o objetivo de expandir as buscas. Além disso, a mulher também tem um grupo de WhatsApp, no qual ela ajuda outras mães de crianças desaparecidas.

“Compartilho sempre as fotos dele e também ofereço apoio para outras mães que têm crianças desaparecidas. Quando sai na mídia, a gente sempre compartilha no grupo dele também a informação do desaparecimento de outras crianças”, afirma. No Instagram, também foram criadas páginas para ajudar no compartilhamento de informações sobre Erlon.

Relembre o caso

Segundo depoimento da mãe à polícia, na época, a criança desapareceu por volta das 11h, enquanto ela preparava o almoço. O caso foi caracterizado como complexo pela delegada Joyce Coelho, que estava à frente das investigações.

Mãe de Erlon não perdeu a esperança de encontrar o filho vivo – (Foto: Arquivo Pessoal)

Na época, foram apontadas algumas versões sobre o desaparecimento. Houve relatos de que um suposto carro preto havia entrado na rua e poderia ter sequestrado a criança, mas a hipótese foi descartada após investigação.

“Já começamos a analisar desde o envolvimento de traficantes no desaparecimento desta criança até um falso sequestro para pedir dinheiro da família, mas até o momento, não tivemos nenhum indício de que pudesse ser isso. Fizemos buscas no local do ocorrido para verificar se ele caiu no rio que fica perto da casa dele”, disse a delegada na época.

Também foi levantada a possibilidade de a criança ter caído em um igarapé que ficava próximo à casa. Policiais militares da Companhia Independente de Policiamento com Cães (CIPCães), juntamente a cadela Fiona, treinada para realizar buscas a corpos em avançado estado de decomposição, percorreram toda a área e não encontraram nenhum vestígio da criança.

A polícia realizou buscas com a ajuda de um cão farejador na área próxima à casa do menino – (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Em 2023, quando estava no comando da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), Joyce Coelho afirmou que o Inquérito Policial (IP) foi concluído e encaminhado à Justiça para que fossem adotadas as medidas cabíveis. No entanto, não entrou em detalhes sobre como ocorreram as investigações.

A reportagem entrou em contato com a assessoria da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) para saber informações de como o inquérito foi concluído, mas não obteve resposta.

Quem tiver informações sobre o paradeiro de Erlon pode entrar em contato pelo telefone (92) 99402-1160 – Mary. A família pede que não sejam feitos trotes, o que já aconteceu várias vezes.

Estatística cruel

O caso de Erlon infelizmente entra para a estatística dos casos não solucionados no Amazonas, como o desaparecimento de Shara Ruana Nascimento dos Reis, ocorrido em 2007, quando saiu de casa no bairro Betânia, zona Sul de Manaus, para comprar pão em uma padaria na esquina da rua e nunca mais voltou. Dezessete anos depois, os familiares ainda continuam sem nenhuma pista sobre o paradeiro da moça.

O desaparecimento de Cinthia da Gama Pereira também segue sem solução. A menina de apenas 12 anos saiu de casa às 11h do dia 5 de outubro de 2016 para buscar o irmão de 10 anos na escola, no Vale do Sinai, bairro Cidade Nova, zona Norte, e nunca mais foi vista pela família.

(Foto: Divulgação/SSP-AM)

 

Pessoas desaparecidas no Amazonas

Somente nos primeiros meses de 2024, 196 pessoas de 0 a 17 anos estão desaparecidas no Amazonas. Ao todo, o número sobe para 357, conforme o painel de estatísticas da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM).

 

LEIA MAIS: