Manaus, 9 de outubro de 2024
×
Manaus, 9 de outubro de 2024

Política

‘Aposta não é investimento’, dizem especialistas sobre bets

O Ministro Fernando Haddad sugeriu aos apostadores nesta segunda-feira (30) que retirem o seu dinheiro das plataformas de aposta.

‘Aposta não é investimento’, dizem especialistas sobre bets

(Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

Brasília (DF) – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sugeriu nesta segunda-feira (30) que os apostadores retirem os valores bloqueados das plataformas de apostas on-line (BETS) sem regularização na Secretaria de Prêmios e Apostas.

Segundo o ministro, cerca de 600 sites de apostas serão removidos até o dia 11 de outubro deste ano.

“Se você que está me ouvindo, tem algum dinheiro nesses sites de apostas, peça a restituição já, porque você tem direito a ter seu dinheiro restituído”, destacou o ministro em entrevista à Rádio CBN.

Segundo a “Lei das BETS”, as plataformas têm até esta terça-feira (1°) para cumprir as regras estabelecidas para receber a autorização de atuação com o selo bet.br.

De acordo com Haddad, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deve banir o acesso às plataformas no Brasil por descumprimento da atual legislação.

Cerca de 154 empresas solicitaram, até esta segunda-feira (30), autorização ao Ministério da Fazenda para operar no Brasil em 2025.

Veja algumas das empresas que fizeram o pedido à Secretaria de Gestão de Apostas:

Empresas que solicitaram autorização para operar como casas apostas online no Brasil

Empresas que solicitaram autorização para operar como casas apostas online no Brasil – Foto: (Reprodução/ SIGAP)

Falta de educação financeira

Além disso, especialistas apontam preocupação com a falta de educação financeira da população brasileira.

Ao Portal AM1, o advogado Ilmar Muniz afirmou que o mercado das BETS tem grande potencial de crescimento, mas, alerta para as consequências das apostas on-line devido à ausência de preparo financeiro.

“Nós estamos falando de um problema grave de educação financeira, de realmente explicar para as pessoas que aposta não é investimento, que as pessoas estão dentro de uma situação onde existe risco real de perder o patrimônio”, afirmou Muniz.

A regulamentação das divulgações de jogos de azar on-line devem ser desenvolvidas da mesma forma que as propagandas de cigarro, pontuou o advogado.

“É uma necessidade latente do que nós estamos vivenciando, hoje, senão nós vamos ter futuramente pessoas viciadas, perdendo a família, perdendo o patrimônio e o governo tendo que usar o dinheiro dessa arrecadação para estabilizar a questão de educação e saúde mental das pessoas”, completou.

Bolsa Família

Segundo o Banco Central (BC), cerca de cinco milhões de apostadores compõem o grupo de famílias auxiliadas pelo governo federal com o Bolsa Família.

Em agosto, esse grupo desembolsou três bilhões de reais em Pix para jogar nas plataformas on-line.

O economista César Bergo pontuou ao Portal AM1 que a decisão do governo federal é acertada, já que muitas das empresas não possuem interesse na regulamentação deste mercado.

“Existe um universo muito grande de empresas que não se registraram, que não têm este interesse, e que estão usurpando os apostadores, muitos deles, inclusive, não recebem o que ganham no jogo”, disse Bergo.

 

LEIA MAIS: