MANAUS, AM – Artistas de Parintins deixaram a marca em uma comunidade ribeirinha. Nas margens do lago do Zé Açú, região rural do município de Parintins, distante 369 quilômetros de Manaus. A intervenção artística é a segunda fase do projeto Arte Ribeira que visa levar arte urbana para comunidades localizadas no meio da floresta amazônica.
Durante a quarta (14) e quinta-feira (15), os grafiteiros transformaram a parede da casa do vigilante Emanuel Muniz, 63, em um mural caboclo. O quadro de 6 por 3 metros na parede construída em madeira recebeu a base de tinta semi-brilho e colorida com tinta óleo por meio de spray aerossol. Uma menina anônima da localidade foi representada na pintura com cachos de banana reafirmando a força econômica dos agricultores da região. “A gente brinca com a questão imagética. Procuramos fugir do que os outros já faziam. Enquanto muitos romantizam o caboclo, nós o fazemos como ele é”, afirma Alziney Pereira.
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A dupla de grafiteiros faz história ao ser pioneira em levar grafite para as comunidades em torno do Rio Amazonas. Eles sempre sonharam em levar o sua intervenções artísticas para o meio da floresta. “Estamos sempre querendo inovar e trazer o nosso trabalho para as comunidades ribeirinhas é muito satisfatório”, assegura Kemerson Farias após concluir a obra na margem do lago do Zé Açu.
O projeto Arte Ribeira é uma nova modalidade do graffiti conceituada a partir dos ‘Curumiz’ baseada na ideia do “Street Art” nas comunidades ribeirinhas. O trabalho deve atingir três comunidades rurais durante o desenvolvimento do projeto. Já foram contempladas as comunidades de Vila Amazônia e Nossa Senhora do Bom Socorro do Zé Açú.
Alegria em arte
A casa do vigilante Emanuel Muniz, 63, ganhou nesta quinta-feira, (15) os traços, a alegria das cores, o colorido e a marca dos ‘Curumiz’ , codinome dos artistas Alziney Pereira e Kemerson Freitas. Eles idealizaram a cultura da banana que durante muitos anos foi a principal atividade econômica da região que integra o projeto de assentamento da Gleba de Vila Amazônia. Além disso deixaram a representatividade feminina na obra estampando o rosto de uma criança da localidade.
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“Eles fazem um trabalho maravilhoso e encantador. Com esse dom, eles incentivam os jovens de nossa comunidade, pois é arte que une o povo”, comenta Emanuel Muniz ao ver os primeiros traços ganharem cores na parede da casa de madeira.
O líder comunitário Alberto de Souza Bruce, 53, acompanhou o trabalho e ressaltou a importância da presença dos jovens artistas no Zé Açú. “Essa intervenção é uma abertura para que os meninos daqui aprendam um pouco desse trabalho. O Kemerson e o Alziney nos dão uma oportunidade de intercâmbio e são referências para os nossos jovens”, assegurou.
(*) Com informações da assessoria
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