
Foto: (Vinicius Loures/Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
Brasília (DF) – Conhecidos como parlamentares de bastidor, os deputados federais Silas Câmara (Republicanos) e Átila Lins (PSD) aparecem nas últimas colocações do “Ranking dos Políticos”, como representantes do Amazonas.
Segundo os dados apresentados, Silas Câmara possui a menor nota, 3,30, ocupando a última colocação, enquanto Átila recebe 4,66, sendo o penúltimo na escala. As péssimas pontuações estão relacionadas a processos judiciais, passaporte para familiares e uso da verba pública.
Um levantamento feito pelo Portal AM1 mostra que os parlamentares são famosos por usar a maior quantia do Cotão. Em 2024, Lins gastou mais de meio milhão do dinheiro público.

Foto: (Arquivo pessoal)
Segundo o diretor de relações governamentais do Ranking Político, Tales Pauletti, as pesquisas são iniciadas após seis meses da atuação do parlamentar.
“Eles são avaliados de forma igualitária pela forma como votam, como gastam os recursos públicos e se eles possuem processo de corrupção,” disse o diretor.
Conforme o levantamento, Silas possui três processos, dois no Supremo Tribunal Federal (STF) e um no Tribunal Regional Federal da 1° região (TRF1).
No TRF1, o parlamentar era acusado de ceder o celular funcional para a esposa, atual deputada federal Antônia Lúcia (Republicanos-AC), quando ela, não exercia nenhum mandato. Silas foi condenado por improbidade administrativa.
Uso de documento falso e falsidade ideológica também marcam a trajetória política do parlamentar. Em 1997, ele alterou seu registro civil para incluir o sobrenome materno “Duarte”. Com a alteração, obteve uma nova carteira de identidade, e usou o “novo nome” para alterar o contrato social de uma empresa que atuava como sócio.
Em 2009, o parlamentar foi denunciado ao STF, mas o julgamento ocorreu apenas em 2016 e por causa do tempo, os magistrados prescreveram a punição do crime.
Quem comete falsidade ideológica pode ser preso por até cinco anos, além de pagar multa. Na época, a defesa de Câmara pontuou ao Estadão que a mudança na identidade tinha o objetivo de “homenagear” a mãe, mas o STF entendeu que o deputado cometeu crime.
Rachadinha
Silas Câmara também já foi acusado de peculato, conhecido como “rachadinha”, por se apropriar de parte do salário de seus assessores entre 2000 e 2011, desviando quase R$ 145 mil. Na página do STF, o caso está arquivado por determinação do ministro Flávio Dino, relator do processo.
“Com a declaração de extinção da punibilidade (evento 215), os presentes autos devem ser arquivados”, pontuou o ministro.
O atual presidente do STF, Luiz Roberto Barroso havia votado em 2022 pela condenação de Silas, mas um pedido de vista arquivou o julgamento.
Átila Lins
No caso de Átila Lins, a pontuação está relacionada ao uso do recurso público, o apoio ao presidente Lula e no aumento do número de ministérios durante sua gestão. Ele usou mais de um milhão de reais entre a Cota para atividades parlamentares e o gabinete. Segundo a pesquisa, o deputado ainda responde a uma ação civil pública no Ministério da Justiça do Amazonas por prejuízos aos cofres públicos.
Outro ponto considerado negativo pela pesquisa é a emissão de passaporte diplomático para dependentes. No caso de Lins, ele solicitou o passaporte para a esposa, Rita Lins. O documento é válido até 2027.
Para o cientista político Guilherme Soares, o uso deste tipo de plataforma promove a transparência, e facilita o monitoramento da atividade parlamentar.
“Em um cenário político caracterizado por baixa confiança institucional e alta fragmentação partidária, ferramentas como essa podem fomentar uma maior responsabilização dos agentes políticos, incentivando práticas legislativas mais alinhadas ao interesse público,” disse o especialista ao Portal AM1.
Veja o ranking dos parlamentares do Amazonas:
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