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Esportes

Atleta do levantamento de peso pode ser 1ª trans em Jogos Olímpicos

A atleta nos Jogos deverá dividir opiniões entre aqueles que a veem como um símbolo de progresso para os atletas trans e outros que argumentam que ela se beneficia de uma vantagem física injusta

Atleta do levantamento de peso pode ser 1ª trans em Jogos Olímpicos

Foto: Facebook

ÃO PAULO, SP  – A halterofilista neozelandesa Laurel Hubbard, 43, poderá se tornar a primeira atleta transgênero a competir em uma Olimpíada após se qualificar para os Jogos de Tóquio, adiados de 2020 para julho e agosto deste ano. A confirmação de que ela está classificada para a categoria superpesada (acima de 87 kg) do levantamento de peso foi divulgada nesta quarta-feira (5) por alguns veículos internacionais, como o britânico The Guardian e o site especializado Inside The Games.

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A federação internacional do esporte teve que adaptar seus critérios de classificação por conta da pandemia de Covid-19, o que acelerou a confirmação da vaga de Hubbard. A Nova Zelândia ainda não fez a convocação oficial para os Jogos.

Hubbard, 43, não chegou a competir em competições masculinas internacionais de levantamento de peso. Ela iniciou a transição de gênero em 2012 e nos últimos anos passou a se destacar no esporte. Ganhou medalha de prata no Mundial de 2017 e tem a quarta melhor marca de qualificação do mundo até agora na corrida para Tóquio.

Sua participação nos Jogos deverá dividir opiniões entre aqueles que a veem como um símbolo de progresso para os atletas trans e outros que argumentam que ela se beneficia de uma vantagem física injusta. Uma reportagem do New York Times no ano passado mostrou como esporte e ciência ainda patinam para encontrar um ponto de equilíbrio entre inclusão e igualdade de competição no tema.

As diretrizes do COI (Comitê Olímpico Internacional) permitem a atletas transgênero competirem nas categorias femininas desde que seus níveis de testosterona estejam abaixo de 10 nanomoles por litro de sangue durante pelo menos 12 meses antes de sua estreia.

No Brasil, o caso mais conhecido de atleta trans na elite do esporte é o da jogadora de vôlei Tifanny Abreu, 36. Sua atuação é avalizada pela Confederação Brasileira de Voleibol, que segue os critérios do COI.

A federação australiana de levantamento de peso tentou impedir que Hubbard competisse nos Jogos da Commonwealth de 2018, mas os organizadores rejeitaram a medida.

 

*Com informações Folhapress