Manaus, 3 de maio de 2024
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Brasil

Avon demite Mariah Corazza, mulher que manteve idosa em trabalho escravo

Idosa trabalhava para a família há 20 anos e sem salário fixo desde 2011

Avon demite Mariah Corazza, mulher que manteve idosa em trabalho escravo

Mariah Corazza Üstündag (Foto: Reprodução)

Uma senhora de 61 anos foi resgatada em uma casa em Alto de Pinheiros, bairro nobre na região oeste de São Paulo. Ela vivia em situação análoga à escravidão e teria sido abandonada no imóvel depois que os patrões se mudaram.

A moradora da casa, Mariah Corazza Üstündag, de 29 anos, foi presa em flagrante na última quinta-feira (18), e foi solta depois de pagar fiança de R$ 2,1 mil. Seu marido, Dora Üstündag, 36, também foi indiciado pela Polícia Civil, de acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT) de São Paulo.

Mariah é filha da cosmetóloga Sônia Corazza, conhecida consultora na indústria de produtos de beleza e constava em seu LinkedIn o cargo de Business Manager da Avon.

À Marie Claire a empresa de cosméticos Avon, enviou um comunicado e informou que demitiu a empresária e reforçou o compromisso com os direitos humanos:

“Com grande pesar, a Avon tomou conhecimento de denúncias de violações dos direitos humanos por um de seus colaboradores. Diante dos fatos noticiados, reforçamos nosso compromisso irrestrito com a defesa dos direitos humanos, a transparência e a ética, valores que permeiam nossa história há mais de 130 anos. Informamos que a funcionária não integra mais o quadro de colaboradores da companhia. A Avon está se mobilizando para prestar o acolhimento à vítima”.

Mariah excluiu seus perfis nas redes sociais. No LinkedIn ela informa ainda que estudou na Universidade de São Paulo (USP). Já Sônia, mantém o Instagram privado e, procurada por Marie Claire afirma que “toda a resposta será dada em âmbito judicial por meio dos advogados”.

Ação cautelar 

Após o regate da idosa, a procuradora Alline Pedrosa Oishi Delena, ajuizou uma ação cautelar contra Sônia, Mariah e Dora pedindo pagamento imediato do valor correspondente a um salário-mínimo por mês à vítima até o julgamento final do processo. Também determinou a liberação de três parcelas do seguro-desemprego para a vítima, assim como o bloqueio do imóvel para futuro pagamento de verbas trabalhistas e indenizações.

Segundo a procuradora, o bloqueio de bens é necessário porque a doméstica é credora de verbas trabalhistas decorrentes de sua rescisão indireta em decorrência do resgate, bem como verbas não pagas no curso do contrato de trabalho, além de danos materiais em morais, tanto individuais como coletivos. “Em um cálculo inicial, esse valor pode chegar a mais de R$ 500 mil reais”, conta Alline.

(*) Com informações da Revista Marie Claire