Manaus, 25 de janeiro de 2025
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Economia

Banco Central vai agir de forma ‘firme e serena’, diz Ilan

Banco Central vai agir de forma ‘firme e serena’, diz Ilan

Brasília - O economista Ilan Goldfajn, indicado para a presidência do Banco Central (BC), é sabatinado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

BC está monitorando o impacto das informações políticas e atuando para manter a plena funcionalidade dos mercados. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Depois da turbulência causada pela delação do empresário Joesley Batista, a equipe econômica saiu às ruas para reparar os estragos feitos no mercado financeiro. Na manhã desta sexta-feira (19), o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, falou num evento do Santander. Até esta quinta-feira, a divulgação dos seus apontamentos não estava prevista. No entanto, eles foram publicados no início da tarde no site da autarquia. Em resumo, Ilan diz que o BC continuará a agir de forma “firme e serena” para garantir o bom funcionamento no mercado de câmbio. E que o Brasil tem “amortecedores robustos” e está menos vulnerável a choques internos ou externos.

Segundo o texto, Ilan afirmou que houve uma mudança recente do cenário interno e que as incertezas aumentaram por conta de informações advindas do ambiente político. Falou que o Banco Central monitora o impacto dessas informações e tem atuado para manter a plena funcionalidade dos mercados.

“O BC tem atuado, em coordenação com o ministério da Fazenda, para dar liquidez aos mercados, através dos swaps cambiais e dos leilões de recompra de títulos públicos. O BC e o Tesouro Nacional têm vários instrumentos à disposição”, frisou o economista. “É importante ressaltar que essa atuação firme e serena do BC tem foco no bom funcionamento dos mercados”.

Ilan ainda voltou a dizer o que falou ontem: não há relação “direta e mecânica” dessa atuação e monitoramento com a política monetária, que continuará a ser definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) daqui a duas semanas. Segundo ele, essa política segue com foco nos seus objetivos tradicionais.

“Em outras palavras, as decisões sobre a taxa básica de juros serão tomadas pelo Copom, no curso de suas reuniões ordinárias, considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis”.

Falou que a incerteza política chega ao Brasil em momento de estabilização da economia e de recuperação dos fundamentos econômicos.

“A despeito desse fator não econômico, o Brasil tem amortecedores robustos e, por isso, está menos vulnerável a choques, internos ou externos”, garantiu o presidente do BC, que citou a melhora das contas externas e o câmbio flutuante. “Isso não impede o BC de usar os instrumentos à sua disposição para garantir o bom funcionamento e suavizar choques no mercado de câmbio”.

Ele lembrou que o Brasil tem reservas internacionais (poupança em moeda estrangeira contra a crise) que ultrapassa US$ 370 bilhões, aproximadamente 20% do tamanho da economia brasileira. Apontou que esse colchão funciona como um seguro em momentos turbulentos do mercado.

Ilan Goldfajn ressaltou que o BC reduziu o volume de swaps cambiais (instrumento que tem o efeito de venda de dólares no mercado futuro, mas que tem um custo fiscal) de U$108 bilhões para cerca de U$ 20 bilhões atualmente. Isso dá espaço para o BC usar novamente essa estratégia _ como anunciou desde a divulgação do escândalo pelo GLOBO.

Ele ainda disse que o endividamento externo do setor financeiro da economia brasileira é pequeno e submetido a constante monitoramento. Quanto ao setor não financeiro, sua dívida externa, excluídas operações intercompanhia, cresceu apenas 3% entre dezembro de 2012 e dezembro de 2016, indo de US$102,2 bilhões para US$105,6 bilhões. E nesse montante predominam empréstimos de longo prazo.

“A política econômica doméstica mudou de direção há um ano e as reformas implementadas neste curto período mostraram resultados positivos, por isso a importância de se continuar no caminho correto, a despeito do aumento da incerteza política”, reforçou o economista.

Fonte: O Globo