Manaus, 4 de maio de 2024
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Brasil

Bebê nasce com anticorpos contra covid-19 no Acre

Infectologista explica que a passagem de anticorpos da mãe para o filho é bastante comum em doenças virais. Mas, alerta que o risco da contaminação durante a gravidez é bastante alto

Bebê nasce com anticorpos contra covid-19 no Acre

Foto: Arquivo pessoal

ACRE – Um casal da cidade de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, foi pego de surpresa ao fazer o exame de sangue na filha recém-nascida e descobrir que a menina já nasceu com anticorpos contra a Covid-19.

A mãe, a empreendedora Joicilene de Souza Ramirez, de 35 anos, tinha feito um teste ainda no oitavo mês de gestação, que deu negativo para a doença. Mas, pelo que novos exames mostraram, ela tem anticorpos contra a infecção causada pelo novo coronavírus.

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Orientada pelos médicos, ela então fez também um exame na pequena Antonella Ramirez Jucá, que nasceu no dia 22 de abril. No último dia 18, a mãe ficou sabendo que a menina também apresentou os anticorpos. O pai do bebê, o militar Maicon Silva Jucá, de 31 anos, contou que a mulher não chegou a apresentar sintomas de Covid-19 na gestação.

Arquivo pessoal

“Dias depois do nascimento da bebê, minha mulher fez o exame e deu que tinha os anticorpos e, por isso, resolvemos fazer o exame na neném que deu também. Os médicos disseram que é muito raro, que ainda não tinham visto isso. Ficamos muito emocionados de saber que a neném já tem, é até uma forma de alívio mesmo e esperança para as mães grávidas que, caso contraiam o vírus, possa passar os anticorpos para o bebê”, diz o pai da bebê.

“Normalmente, pelo contrário, alguns bebês estão é contraindo a Covid-19. Então, nesse caso específico, a criança nasceu com os anticorpos da mãe. Chamou atenção, por ser atípico.”

O que diz infectologista

Já o infectologista Tião Viana explica que a passagem de anticorpos da mãe para o filho é bastante comum em doenças virais. Mas, alerta que o risco da contaminação durante a gravidez é bastante alto.

“É super comum, o que não tinha era estudo comprovando, mas recentemente houve vários estudos mundiais mostrando que isso acontece sim, que a criança já nasce com algum nível de proteção devido aos anticorpos maternos. Agora, lembrando sempre que o nível de alto risco e gravidade para a mulher grávida é no último trimestre. Os riscos vasculares, como trombose, infartos pulmonares e outros tipos. Por isso, é preciso muito cuidado”, destaca.

O especialista diz ainda que a melhor maneira de prevenir os casos graves nas grávidas é avançar na vacinação para esse grupo, o que determina também que a criança nasça com a mesma proteção. Ele destaca ainda que não é possível saber a duração dessa imunidade.

“É imunidade passiva possivelmente e os anticorpos vão ficar em regra oito ou 12 semanas ou em 40 semanas, não se sabe ainda. Só os estudos de seguimento sorológico é que vão determinar”, enfatiza.

Na última quarta-feira (19), a Secretaria de Saúde de Tubarão, no Sul catarinense, informou que um bebê nasceu com anticorpos contra a Covid-19 na cidade. A mãe, Talita Mengali Izidoro, é médica, trabalha em um posto de saúde da cidade e foi vacinada quando estava com 34 semanas de gestação.

Vacinação de gestantes e lactantes

Após a chegada de mais um lote com quase 600 doses de Coronavac, a Secretaria de Saúde de Cruzeiro do Sul retomou, nesta sexta-feira (21), a imunização de grávidas e mulheres no período pós-parto com comorbidades, contra a Covid-19, no interior do Acre.

A imunização do público de comorbidades e de gestantes e puérperas iniciou em Cruzeiro do Sul no último dia 4. No entanto, a vacinação das grávidas e mulheres no período pós-parto foi suspensa em todo estado no dia 11 de maio, após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendar a interrupção do uso da AstraZeneca/Fiocruz.

Por orientação do Ministério da Saúde, o grupo só pode tomar as vacinas Pfizer ou Coronavac, de acordo com a disponibilidade de doses. Na capital acreana, a vacinação desse grupo voltou a ser feita no dia 13 de maio com doses da Pfizer.

No dia 19, o Ministério da Saúde informou que as gestantes e puérperas que tomaram a primeira dose da vacina da AstraZeneca aguardem o fim da gestação e do período puerpério (até 45 dias pós-parto) para completar a vacinação com o mesmo imunizante.

*Com informações G1