Manaus, 18 de abril de 2024
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Manaus, 18 de abril de 2024

Brasil

Governo já distribuiu 2,9 mi de comprimidos de cloroquina; veja por estado

O presidente defende, apesar de não haver comprovação científica, que a cloroquina deve ser usada desde a apresentação dos primeiros sintomas de Covid-19

Governo já distribuiu 2,9 mi de comprimidos de cloroquina; veja por estado

CADU ROLIM/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Mesmo antes de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) determinar a adoção de um protocolo mais amplo para o uso de cloroquina no tratamento da Covid-19, o governo federal já enviou quase 3 milhões de comprimidos da droga para todos os estados e para o Distrito Federal.

Quase 1 milhão deles foram para São Paulo, epicentro do coronavírus no Brasil.

Dos 2.932.000 comprimidos de cloroquina 150 mg que o Ministério da Saúde informa ter distribuído desde o início da pandemia, 986 mil, o que corresponde a 33%, foram para São Paulo.

O estado governado por João Doria (PSDB) registra 5.147 mortes por coronavírus, das 17.971 que o Brasil havia contabilizado até terça-feira, 19.

Segundo o governo federal, as quantidades são enviadas “de acordo com a solicitação dos estados, sendo o medicamento entregue nos almoxarifados das secretarias estaduais de Saúde para atender às demandas locais”.

Veja o mapa da distribuição por cada Unidade da Federação:

Reprodução: Metrópoles

A cloroquina distribuída até agora está sendo usada conforme o protocolo que irrita Bolsonaro: apenas para pacientes hospitalizados ou que assinem um documento reconhecendo que o tratamento é experimental e tem efeitos colaterais.

Doria, por exemplo, diz que o estado de São Paulo não vai receitar o uso de cloroquina ou hidroxicloroquina para pacientes com sintomas leves de Covid-19, ainda que a medida seja estabelecida pelo governo federal.

O presidente defende, apesar de não haver comprovação científica, que a cloroquina deve ser usada desde a apresentação dos primeiros sintomas de Covid-19, ainda que o paciente esteja se tratando em casa.

Os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich não concordaram em ampliar a recomendação de uso do remédio sem que houvesse garantia da eficácia, o que ajudou a derrubá-los.

Mandetta, que tem feito críticas às políticas do governo durante a pandemia desde que deixou o cargo, tem dito que a insistência de Bolsonaro na cloroquina se deve à vontade do presidente de reativar a economia brasileira.

A cloroquina, para o ex-ministro, ajuda o presidente no discurso de que o coronavírus não é tão grave.

A insistência de Bolsonaro também tem sido alvo de críticas de entidades como a Sociedade Brasileira de Imunologia, que soltou nota classificando como “precoce” a adoção da cloroquina em casos de sintomas leves de Covid-19.

 

(*) Com informações do Metrópoles