Manaus, 28 de março de 2024
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Manaus, 28 de março de 2024

Brasil

Indígena yanomami de 15 anos morre de coronavírus em Roraima

Até ontem (9), o relatório do Ministério da Saúde relacionava 24 casos suspeitos da covid-19 entre a população indígena, três a mais do que no dia anterior.

Indígena yanomami de 15 anos morre de coronavírus em Roraima

Aldeia dos Yanomami em Roraima. Foto: Leonardo Prado/ PGR

Morreu na noite desta quinta-feira ,9, o jovem yanomami, de 15 anos de idade, que testou positivo para a covid-19 e havia sido internado no Hospital Geral de Roraima (HGR), em Boa Vista. Desde sexta-feira ,3,  ele recebia cuidados em um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

De acordo com o Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei), que atende a região, ele era natural da aldeia Rehebe, nos domínios da Terra Indígena Yanomami, mas passou a residir no município de Alto Alegre, a 87 quilômetros (km) da capital.

O motivo da mudança para a Terra Indígena Boqueirão foi dar continuidade aos estudos do ensino fundamental. Ainda segundo o Dsei, o adolescente morava com uma liderança indígena.

Quando o jovem apresentou os primeiros sintomas da covid-19 foi atendido no Hospital Municipal de Alto Alegre.

Posteriormente, foi encaminhado ao HGR, já com um um quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

Ele refez o teste para diagnóstico da covid-19 e somente a contraprova detectou a infecção.

Saiba mais: Dois indígenas já morreram em decorrência do novo coronavírus

Subnotificação

Entidades de defesa da causa indígena, como o Instituto Socioambiental (ISA) e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) têm denunciado a subnotificação de casos da covid-19 e demonstrado preocupação quanto ao que isso pode representar de risco para as comunidades.

Ambas alertam que ao menos outros dois indígenas contaminados pelo novo coronavírus já foram a óbito e que o governo federal não registrou as ocorrências no balanço.

Os indígenas eram uma mulher da etnia Borari, de 87 anos, que morreu em Alter do Chão, no município de Santarém (PA), e o outro era um homem de 55 anos, do povo Mura, morto em Manaus.

Os óbitos ocorreram, respectivamente, no dia 19 de março e 5 de abril. As circunstâncias do falecimento da borari, considerada uma guardiã local, motivaram o Ministério Público Federal (MPF) a instaurar um inquérito no último dia 2.

Em comunicado divulgado ontem ,9, o Cimi disse que a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) não contabilizou as duas mortes por se tratar de indígenas que vivem em contexto urbano.

Na quarta-feira ,8, o Ministério da Saúde informou que a Sesai, responsável pelos Dsei, ainda não havia sido oficialmente comunicada pelos órgãos responsáveis sobre o caso do yanomami.

O ministério acrescentou que o Dsei tomou conhecimento “por iniciativa própria”, por meio da Vigilância Epidemiológica.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) disse que a Sesai não havia confirmado o caso.

Até ontem, 9, o relatório do Ministério da Saúde relacionava 24 casos suspeitos da covid-19 entre a população indígena, três a mais do que no dia anterior.

Já as ocorrências descartadas passaram de 27 para 31.

 

(*) Com informações da Agência Brasil