Manaus, 5 de maio de 2024
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Brasil

Tomei a segunda dose da vacina. Posso voltar à vida normal?

O infectologista explica que tanto as vacinas Coronavac e AstraZeneca não garantem uma proteção de 100%, que é chamada de imunidade esterilizante

Tomei a segunda dose da vacina. Posso voltar à vida normal?

A segunda dose das vacinas contra Covid-19 começou a ser administrada na semana passada para os grupos prioritários e, a partir daí, surgiu uma nova dúvida entre a população. Aqueles que completarem o esquema de duas doses estarão imunes contra a infecção provocada pelo novo coronavírus? Podem se despreocupar e voltar à vida que tinham antes da pandemia mundial? Sair sem máscaras e ir a qualquer lugar?

A resposta dos médicos para essas perguntas, infelizmente, é não. As pessoas que receberem as duas doses da vacina devem se sentir mais seguras, pois irão reduzir consideravelmente as chances de desenvolverem a doença. No entanto, não estão imunes ao vírus, podem ser infectadas e transmiti-lo, contribuindo para a disseminação da Covid-19. A recomendação dos especialistas é que as precauções necessárias para evitar o vírus não sejam abandonadas.

“As pessoas que receberem as duas doses da vacina vão se livrar das formas mais graves da Covid-19, do quadro evoluir para a morte ou para a internação em UTI, mas não podem se considerar imunes ao vírus”, explica o médico José David Urbaez, diretor científico da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal.

O infectologista explica que tanto a Coronavac como a vacina Oxford/AstraZeneca apresentaram eficácias entre 50% e 60% frente ao vírus, ou seja, elas não garantem uma proteção de 100%, que é chamada de imunidade esterilizante.

“As duas são ótimas vacinas e as pessoas não devem perder a oportunidade de tomá-las. Entretanto, a doença é recente, as mutações são recentes e as vacinas também são recentes”, explica. “A pandemia ainda exigirá muita paciência de nós. Precisaremos observar como as coisas vão evoluir com a vacinação antes de dizer que tudo voltará a ser como antes”, pondera o especialista.

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No cenário atual, onde há alta circulação do vírus e poucas pessoas vacinadas, não é seguro abandonar as medidas de proteção como uso de máscaras, distanciamento social e higienização constante das mãos e superfícies. “A pandemia está longe de ser controlada, por isso as precauções continuam valendo para todos. Apenas quando a gente conseguir a vacinação em massa, poderemos abandonar as medidas não farmacológicas”, detalha a infectologista Ana Helena Germoglio, do Hospital Águas Claras.

Ana Helena lembra ainda que, neste momento, o objetivo das vacinas é a redução de casos graves e a diminuição do impacto na rede hospitalar. A especialista acrescenta que os imunizantes não são capazes de fornecer anticorpos imediatamente. “A resposta imunológica mais robusta chega cerca de duas semanas depois da segunda dose, então não há porque se sentir imediatamente seguro após tomar a segunda dose da vacina”, explica.

 

*Com informações do Metrópoles