
Foto: divulgação / arquivo pessoal
Manaus (AM) – Consumidores do Amazonas têm sentido no bolso o aumento no preço dos itens da cesta básica. Produtos essenciais como café, ovos e leite estão mais caros, tornando o orçamento das famílias ainda mais apertado. Para muitos, os valores não acompanham o salário mínimo, comprometendo o poder de compra.
O Portal AM1 ouviu consumidores que relatam a dificuldade de manter as compras do mês no orçamento, muitos recorrem à “famosa” pesquisa. É o que relatou o casal Jonas Maciel e Samara Maciel. Jonas é quem faz as compras para a casa, ele compartilha que é sempre uma luta, afinal, sempre precisa ir a diversos supermercados e, a cada quinzena, gasta cerca de R$ 700,00 em alimentação.
Pesquisa de produtos
“Está muito caro, de verdade! A cesta básica de uns tempos pra cá, está mais cara. Quando eu vou, tenho que ir no mínimo em dois ou três supermercados fazer aquela pesquisa básica. Hoje em dia, o que tá mais caro: café, leite, o leite tá caríssimo, R$ 15, tem supermercado que é R$ 16, R$ 17, e R$ 18. O café é a mesma coisa. A minha opinião é que não tá num preço justo, temos que ir a vários lugares pra poder comprar tudo”, informou Maciel.
Samara afirma que quem faz as compras de casa é o marido, mas que observa o marido se queixar dos preços elevados.
“Quem faz as compras de casa é o Jonas, meu esposo, mas sempre ele comenta que muitos produtos estão caros e isso complica na hora de comprar”, disse.

Samara Maciel e Jonas Maciel (Foto: arquivo pessoal)
O dinheiro não rende
Para autônoma Beatriz Pedrosa, com o aumento dos preços dos produtos, o dinheiro não rende no fim do mês.
“Os preços da cesta básica estão cada vez mais altos, e isso tem impactado muito o dia a dia das pessoas. Antes, era possível fazer compras para o mês inteiro com um valor razoável, mas hoje, mesmo comprando só o essencial, o dinheiro não rende. Produtos básicos como arroz, feijão e leite tiveram aumentos significativos, e quem ganha um salário mínimo sente isso diretamente”, relatou.

Beatriz Pedrosa (Foto: arquivo pessoal)
O que ganhamos em um produto, perdemos em dez
A dona de casa e autônoma, Sandy Mendes, mora com o esposo e a filha de cinco anos. Ela fala que alguns produtos até estão em conta, mas a maioria do que é essencial para uma mesa está caro. “Os valores em alguns lugares podem até ser justos, porém, não estamos falando somente de um alimento, mas sim de uma cesta. Então o que estaríamos ganhando em um, estamos perdendo em dez. É sempre uma surpresa fazer a compra de uma cesta básica; porém, pra mim, não é uma surpresa boa. Acho um absurdo!”, afirmou.

Sandy Mendes (Foto: arquivo pessoal)
Real desvalorizado
Jessie Silva, jornalista, avalia o cenário afirmando que um dos motivos da alta da cesta básica é a desvalorização da moeda.
“Olha, a cesta básica está realmente muito cara, pesando no bolso. Não está nada fácil. Mas acredito que isso é reflexo de vários motivos. O real está desvalorizado, o que incentiva a exportação e reduz a oferta aqui dentro, importar também ficou mais caro”, afirmou.

Jessie Silva (Foto: arquivo pessoal)
Preço atual não condiz com a realidade
O Portal AM1 consultou a advogada Samantha Messias, que destacou que a pesquisa realizada pelo Proncon-Manaus não condiz com a realidade da população.
“Infelizmente cada vez mais o preço das cestas básicas tem aumentado, isso afeta diretamente todos os consumidores amazonenses, pois o poder de compra fica cada vez mais reduzido. Principalmente, as famílias de baixa renda que, para ter o básico, precisam se esforçar além do normal. Se pegarmos os valores apresentados na pesquisa do Procon-AM, é nítido que esses valores não estão de acordo com a realidade pesarosa que vivenciamos para ter o alimento à mesa. Ainda que usemos adaptações estratégicas na hora das compras, sentimos as consequências desses aumentos cada vez mais frequentes”, explicou Messias.

Samantha Messias (Foto: arquivo pessoal)
Pesquisa valor cesta básica em Manaus
O Procon Manaus divulgou, no dia 6 de fevereiro, a primeira pesquisa de preços de 2025 da cesta básica. Conforme o levantamento, o valor médio da cesta encontrado foi de R$ 280,54. A pesquisa foi realizada em 10 supermercados da cidade, incluindo grandes redes como Nova Era, Carrefour e Assaí, e abrangeu 16 produtos.
Entre os produtos estão:
- arroz;
- feijão;
- açúcar;
- macarrão;
- óleo;
- ovos.
O levantamento, baseado na metodologia do Dieese e em decreto federal de 2024, mostrou uma variação entre os preços, com a cesta básica mais barata sendo encontrada por R$ 263,40 e a mais cara por R$ 306,38. O supermercado Rodrigues, na zona Norte, teve a cesta básica mais cara, enquanto o Nova Era, na zona Leste, apresentou o preço mais baixo.
Entre os itens, o sal refinado foi o mais barato, variando de R$ 1,19 a R$ 2,79, e a caixa de ovos, de 30 unidades, foi o produto mais caro, variando de R$ 16,99 a R$ 26,90.
Analisando os valores da cesta em 2023 e 2024
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