MANAUS, AM – O Centro Municipal de Testagem da Covid-19, que funciona no Shopping Studio 5, na zona Sul de Manaus, amanheceu lotado mais uma vez nesta segunda-feira (17). Em meio ao aumento absurdo de casos de covid-19 em Manaus, moradores da zona Sul e de outros pontos de Manaus correram para o Centro para saber se estão ou não infectados.
A fila para a triagem, no entanto, é quilométrica, e até mesmo sem distinção de idade ou sintomas, o que eleva o risco até mesmo para quem não tem sentido sintomas graves de covid-19. Pessoas com tosse, gripe, dor de garganta, entre outros sintomas, se misturam com quem não está sentindo nada.
Houve, ainda, quem esperasse na fila por mais de uma hora. Este foi o caso do técnico industrial Ivanildo Taveira, de 44 anos. Com todos os sintomas da covid-19, ele passou mais de duas horas na fila do lado de fora do shopping esperando atendimento. Até as 11h40 desta segunda-feira, ele ainda não havia sido atendido.
“Misturaram todo mundo que estava com sintomas e sem sintomas na mesma fila. A falta de organização é tremenda. Eu cheguei aqui 9h da manhã, e até agora, ainda não fui atendido”, salientou.
O repórter do Portal Amazonas1, Lucas Rodrigues, mostra a fila no Centro de Testagem para Covid-19, no Studio 5, zona Sul de Manaus.
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UBSs lotadas
O caos pela espera na realização de um exame ou de atendimento médico não foi registrado apenas no Studio 5. Nossa equipe de reportagem também esteve logo cedo na Unidade Básica de Saúde (UBS) Dr. Deodato de Miranda Leão, localizada no bairro da Glória, zona Oeste de Manaus. No local, foi constatada a falta de planejamento e muita desorganização. Pessoas que já haviam sido testadas e com exames positivos para covid-19 estavam misturadas com pessoas que aguardavam pelo teste.
Nos corredores da unidade, muitas pessoas tossindo, com febre, dor de cabeça, dor na garganta e mal-estar, além de aglomeradas em um corredor do centro de saúde, pelo fato de que, as unidades de saúde próximas a da Glória, não estarem realizando a testagem.
A própria equipe médica e (de enfermagem) reclamava que estava trabalhando doente, inclusive, um dos médicos revelou ao público presente, na ocasião, que ele mesmo acabara de testar positivo para o coronavírus, mas que iria fazer os atendimentos de todas as pessoas que receberam ficha, cerca de 20. Embora houvesse mais dois médicos que iam começar os atendimentos, o local ficou pequeno para tantas pessoas que buscavam saber se estavam infectadas ou não.
Em conversa com a equipe do AM1, um servidor público da área da saúde, que não quis revelar o nome e que aguardava para realizar o exame, até mesmo pela exigência feita pela diretoria do seu trabalho, saiu de lá apenas com a receita médica. “O médico olhou nos meus olhos e disse que eu não tinha covid, mesmo eu explicando que tinha sido cobrado no trabalho para apresentar um teste positivo ou negativo. Trabalho na área da Saúde e, mesmo assim, não tive o direito de fazer o teste. Quase disse a ele que além de médico, ele era “médium” também, estava até prevendo que eu não tinha covid. Mas graças a Deus por isso, deixei para lá. Agora, não venho mais enfrentar essa fila porque com essa desorganização sou capaz de pegar a covid-19. Vou apresentar apenas a receita médica no trabalho”, disse o servidor público sem querer se identificar.
Outros especialistas também estão afastados com covid-19 e o atendimento pediátrico e de ginecologia foram suspensos por conta dos profissionais dessas duas áreas terem sido acometidos pela covid.
(*) Colaborou Edilânea Souza
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