Manaus, 19 de abril de 2024
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Cidades

Comerciantes reclamam da saída dos garimpeiros em Autazes: ‘economia quebrou’

Vendedores de carne, peixe, verdura, frutas e até taxistas estão se sentindo prejudicados com a saída dos garimpeiros ilegais no rio Madeira, em Autazes

Comerciantes reclamam da saída dos garimpeiros em Autazes: ‘economia quebrou’

Foto: reprodução

AUTAZES, AM – Depois da saída de garimpeiros ilegais na região da comunidade Rosarinho, às margens do Rio Madeira, em Autazes, comerciantes da área denunciam que foram prejudicados, visto que a atividade ilegal fazia a economia girar. Sem o garimpo, vendedores de frutas, carne, peixe e até taxistas estão desolados.

A concentração de garimpeiros naquele local teve início há pouco mais de duas semana, após rumores de que a região possui grande quantidade de minério. No início da semana, foram registradas cerca de 300 balsas com dragas de extração de ouro do rio.

Após repercussão internacional e órgãos de controle anunciarem medidas de contenção do garimpo ilegal na área, as balsas resolveram se deslocar da comunidade Rosarinho, indo em direção ao município de Nova Olinda do Norte.

E, sem saber da saída dos garimpeiros, alguns comerciantes que vendiam frutas, carnes, peixes, verduras e diversos outros tipos de produtos e serviços, chegaram no local para trabalhar e se depararam com o rio já quase sem balsas. Segundo os trabalhadores, a dispersão dos garimpeiros ‘quebrou a economia’.

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“Os cara se mandaram de lá, foram embora. Aí os vendedores ficaram aí na beira do Rosarinho achando que os caras ainda estavam lá. Porque normalmente todo dia chegava aquelas motos de carroceria com fruta, verdura, farinha, peixe, carne, que os caras levavam para vender lá no garimpo. E agora o garimpo não está mais lá, né, aí os caras ficaram boiados na beira do Madeira, achando que ia conseguir tirar um pouco do dinheiro lá”, disse um vendedor.

A concentração das balsas para extração de ouro ilegal num só lugar atrai diversos comerciantes e faz a economia girar na área. Segundo um dos vendedores, alguns garimpeiros já chegaram a gastar mais de R$ 20 mil nos estabelecimentos da comunidade Rosarinho. Taxistas, por exemplo, faturavam cerca de R$ 30 num dia, mas com a chegada dos garimpeiros na área, esse número aumentou para R$ 300 a R$ 500, por dia.

“Agora a economia quebrou, né, porque os taxistas estão tristes, os caras que vendiam fruta, verdura, os ribeirinhos que estavam próximos ao garimpo que vendiam picolé, vendia gelo, fruta, farinha, peixe, carne, todas essas coisas assim, hoje não estão vendendo mais nada. Então parte do poder econômico aqui deu uma quebrada por causa disso, porque quem estava fomentando a parte econômico era o garimpo, os garimpeiros no municípios”, disse.

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“Tinha local aqui que eles chegavam a gastar de R$ 20 mil a R$ 30 mil aqui com coisas de uma pancada só. Aí os caras foram embora, os taxistas ficaram tristes, as vezes os taxistas faturavam R$ 20, R$ 30 num dia. Quando os garimpeiros estavam aqui, eles faturavam R$ 300, R$ 400 e até 500 por dia só saindo do Rosarinho para a cidade, ida e volta. Os cara iam sozinho no táxi fretado. Agora os caras ficaram meio para baixo”, continuou.

No último dia 25, o Ministério Público Federal (MPF) expediu recomendação pedindo a adoção emergencial de ação coordenada de repressão e desarticulação ao garimpo ilegal de ouro na calha do rio Madeira e afluentes, no município de Autazes, em atuação integrada de órgãos e autarquias federais e estaduais competentes, no prazo de 30 dias.

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São cobrados a tomar providências na recomendação o Exército Brasileiro, por meio do Comando Militar da Amazônia (CMA); a Superintendência da Polícia Federal no Amazonas; a Agência Fluvial de Itacoatiara, unidade da Marinha encarregada do rio Madeira, subordinada à Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental (CFAOC); o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), à Presidência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e à Superintendência da Agência Nacional da Mineração (ANM) no Amazonas.

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