Manaus, 2 de maio de 2024
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Cidades

Após ameaçarem atirar, garimpeiros do Madeira começam a fugir antes da chegada da polícia

Grupo teria ameaçado receber forças de segurança a tiros; parte dos garimpeiros estava diante de Nova Olinda do Norte nesta sexta-feira

Após ameaçarem atirar, garimpeiros do  Madeira começam a fugir antes da chegada da polícia

Foto: Bruno Kelly/Greenpeace/22.11.2021

MANAUS, AM – Depois de passar mais de três semanas estacionados no interior do Amazonas, garimpeiros do rio Madeira começaram a se dispersar nesta sexta-feira (26). Eles estavam atracados no leito do rio, nas proximidades da comunidade do Rosarinho, em Autazes. A informação foi confirmada pela Folha de S.Paulo.

Segundo o que foi apurado pela Folha, os garimpeiros estariam assustados com a repercussão das imagens que mostravam fileiras de balsas ilegais no meio do rio, e começaram a dispersão. As informações também foram confirmadas por moradores, e já nesta sexta-feira, cerca de 30 balseiros já estavam na altura de Nova Olinda do Norte, município vizinho a Autazes.

Leia mais: Para não sair do rio Madeira, garimpeiros ameaçam receber polícia a tiros

A situação foi denunciada pelo Greenpeace na última segunda-feira (22), após um voo sobre a região. A concentração dos garimpeiros na região de Autazes aconteceu devido a uma “fofoca”, termo usado para explicar o encontro de muito ouro em determinado local e a “corrida” para o local.

Em fotos e vídeos divulgados nas redes sociais, os garimpeiros mostraram todo o processo de retirada do ouro, bem como fotos de grandes quantidades de dinheiro. Além disso, também foram divulgados vídeos das balsas fazendo todo o processo da dragagem da água, em uma ação extremamente prejudicial ao meio ambiente.

Reação governamental

Na última quinta-feira (25), o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, anunciou que Polícia Federal, Marinha do Brasil e Ibama fariam uma operação contra os garimpeiros. Nos últimos dias, o grupo também anunciou, por aplicativos de mensagens, que estava preparando uma “resistência” contra as forças de segurança, ameaçando até mesmo trocar tiros contra quem tentasse tirá-los de lá.

Também nesta semana, na quarta-feira (24), o Ministério Público Federal (MPF) expediu uma recomendação para diversos órgãos de segurança, exigindo que eles tomassem ações de fiscalização contra o grupo. O MPF acionou o Comando Militar da Amazônia do Exército Brasileiro (CMA/EB), o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e a a Agência Nacional de Mineração, além do Ibama, da Polícia Federal e da Marinha do Brasil.

A atividade de garimpo na região do rio Madeira continua sendo ilegal, pelo menos na área do Amazonas. No entanto, desde 2017, a atividade é permitida no território do rio dentro do estado de Rondônia, e ainda assim, é necessário um longo processo de licenciamento para que a atividade seja exercida de forma legal.

(*) Com informações da Folha de S.Paulo.

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