Manaus, 3 de maio de 2024
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Entretenimento

Como os desenhos clássicos criaram pessoas com conhecimento cultural

Site Intelectual TakeOut fala sobre como desenhos animados foram responsáveis por apresentar e gerar cultura a uma geração

Como os desenhos clássicos criaram pessoas com conhecimento cultural

Desenhos clássicos como Tom e Jerry fizeram parte da vida de muitas pessoas. Contando uma história a respeito de uma vez em que seu pai reconheceu trechos da história de um livro de Mark Twain, a editora do site Intelectual TakeOut fala sobre como desenhos animados foram responsáveis por introduzir informações a respeito de clássicos da literatura e da música por meio de seus episódios.

A reflexão é muito interessante e, por isso, resolvemos traduzir o texto para português.

Estes desenhos introduziram às crianças histórias como Dr. Jekyll e Mr. Hyde de Robert Louis Stevenson, por exemplo, através do Pernalonga. Citações chave e cenas do trabalho de William Shakespeare foram o tema de desenhos da Looney Tunes. Em um curta da Disney chamado “Little Hiawatha”, estava presente o poema épico “The song of Hiawatha” de Henry Wadsworth Longfellow.

Talvez estes desenhos tenham tornado ainda mais famosas do que as referências literárias as músicas clássicas, introduzindo tanto seleções instrumentais e de ópera às crianças. Um exemplo famoso é “O Barbeiro de Sevilha” performado por Pernalonga em um salão de cabeleireiro. O crítico de cinema americano Leonard Maltin descreve bem esta situação:

“Muito de minha educação musical veio pelas mãos do compositor da Warner Bros. Carl Stalling, eu só não percebia isso, eu não estava atento, isso simplesmente ficou guardado no meu cérebro durante todos os anos em que assisti os desenhos da Warner diariamente. Eu ouvia a Segunda Rapsódia Húngara de Liszt por causa dos desenhos da Warner Bros, eles a usavam tão frequentemente”.

Mas Maltin não foi o único que aprendeu com esses clássicos. Na verdade, como conta o famoso pianista Lang Lang, foi a versão de Tom e Jerry de música de Liszt que o inspirou a começar a tocar piano, aos dois anos de idade.

Estes exemplos somente pincelam a superfície da instrução cultural que estes desenhos antigos ensinaram a nossos pais e avós. Mesmo que eles não aprendessem estes elementos na escola, eles ao menos tinham algumas referências a partir das quais eles poderiam construir seu entendimento dos livros e músicas e mesmo das ideias que impactaram a cultura e o mundo no qual vivemos hoje.

Mas será que podemos dizer o mesmo da geração atual? Para ser honesta, não conheço bem o que o mundo dos desenhos tem oferecido hoje, mas uma busca rápida de desenhos populares parece sugerir que a resposta é “não”. Na maior parte do tempo eles parecem se focar no aqui e agora.

Resumidamente, nem escolas nem os desenhos de sábado de manhã parecem estar passando adiante a tocha do conhecimento cultural e literário. Será que este cenário poderia ser uma das razões pelas quais vemos uma cada vez maior apatia e falta de interesse na geração atual?

 

(*) Com informações da Notaterapia