Manaus, 18 de abril de 2024
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Cenário

Contradição: vereadores discursam contra desperdício de dinheiro, mas reclamam de Amom e Guedes

Os vereadores afirmaram que se manifestaram contrários sobre a construção do novo anexo, mas Guedes e Amom vincularam o ocorrido a eles

Contradição: vereadores discursam contra desperdício de dinheiro, mas reclamam de Amom e Guedes

Foto: Divulgação/CMM

MANAUS, AM – Após a Justiça barrar a construção milionária do novo anexo da Câmara Municipal de Manaus (CMM), alguns vereadores decidiram se manifestar contra a obra que iria desembolsar quase R$ 32 milhões de reais dos cofres públicos da capital e criticar Amom Mandel e Rodrigo Guedes pelos créditos.

Na última sexta-feira (17), o juiz Marcelo da Costa Vieira barrou a construção do puxadinho de R$ 31,9 milhões proposto pelo presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), vereador David Reis (Avante). A decisão atendeu ao pedido do vereador Amom Mandel (sem partido) e Rodrigo Guedes (PSC), que acionaram a Justiça na última quinta-feira (16).

Leia mais: Vereadores trocam farpas para defender novo anexo de R$ 31 milhões

Após a construção do anexo ser barrada, o assunto da construção milionária voltou a ser uma das pautas comentadas na sessão desta segunda-feira (20), na Câmara Municipal. Porém, os discursos contrários à construção, que antes eram quase imperceptíveis, tomaram conta do plenário.

A temática girou em torno da representação dos vereadores Rodrigo Guedes e Amom Mandel que acionaram a Justiça e a população para que o puxadinho não saísse do papel. Segundo os parlamentares, muitos vereadores não concordaram sobre a construção, mas não chegaram a ser procurados por Guedes e Amom, conforme explicou Sassá da Construção.

“Quero deixar registrado aqui que em nenhum momento ninguém veio me procurar e perguntar se eu era contra ou a favor da construção e das picapes. Mas para a população, eles foram os ídolos e nós fomos os covardes. Muitos aqui não se manifestaram contra, nem a favor”, disse.

O vereador Carpe Andrade (Republicanos) também se incomodou por Amom e Guedes receberem o crédito pela barreira na construção do puxadinho.

“Eu concordo com a luta do vereador Amom e do vereador Rodrigo Guedes, mas discordo quando falam que a bandeira é deles. Sempre fui contra a construção deste anexo e contra o aluguel das picapes, deixei isso bem claro desde o início, o fato de não protocolar oficialmente, não muda meu ponto de vista”, declarou Andrade.

Seguindo a mesma linha que o colega de parlamento, o vereador Keneddy Marques (PMN) afirmou que já havia se posicionado no plenário sobre as contratações, mas seu nome não foi vinculado da mesma forma.

“Cabe à mesa diretora tomar suas decisões, não estou dizendo que sou contra a construção. Poderia ser algo bem maior, que atendesse a população entorno da nossa Casa. Não estou dizendo que fazer o anexo é certo ou errado, mas eu, como presidente da Câmara, não faria”, comentou.

Em seguida, o vice-presidente da Câmara, Wallace Oliveira (Pros), afirmou que o palanque político criado em cima das contratações é uma questão de caráter e vai ser lembrado na reeleição dos vereadores.

“Eu penso que algumas situações que fogem do controle é uma questão de índole. Caráter você tem ou não tem, simples assim. Apesar de os Poderes serem harmônicos, eles também são independentes. Acredito que a população vai saber pontuar o que é benéfico ou não para continuar o trabalho nesta Casa”, argumentou.

Ainda na semana passada, os vereadores discutiram, em plenário, para defender o puxadinho que seria construído para atender aos parlamentares com gabinetes mais espaçosos.

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