China tem 1.770 mortes por coronavírus; escolas continuam fechadas (Peng Ziyang/Xinhua)
Após o secretário de Fazenda Alex Del Giglio ter declarado que haverá queda na arrecadação do Estado, representantes da indústria local e parlamentares amazonenses mostraram preocupação e afirmaram que o impacto do coronavírus na Produção do Produto Interno Bruto (PIB) refletirá em vários aspectos econômicos do Amazonas.
“A gente ainda não consegue vislumbrar o efeito de médio e longo prazo. Mas no curto prazo, a gente já tem um efeito importante de redução da atividade econômica e isso vai impactar, obviamente na arrecadação”, informou Del Giglio ao destacar a queda, apesar do salto de R$ 19,9 bilhões, em 2018, para R$ 22 bilhões, em 2019, da arrecadação no estado.
O presidente da Federação da Indústria do Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Silva, disse ao Amazonas 1 que o secretário de Fazenda está correto em sua avaliação.
“O impacto que provocará o covid-19 na produção do PIM refletirá em todos os segmentos econômicos do nosso Estado. Haverá queda de arrecadação exatamente pela falta de insumos, como partes e peças importadas na produção de produtos que deveriam ser faturados”, avaliou.
Ainda segundo Silva, muitas empresas deverão ficar paralisadas e serão obrigadas a mandar seus operários para casa.
“Com isso se agravará situações financeiras de algumas empresas com a redução de faturamento, principalmente pequenas e médias empresas”, apontou.
O presidente da Fieam acredita que os estoques de componentes devam durar no máximo por mais 45 dias.
“Isso de empresas com melhor planejamento operacional, outras já estão começando a parar por falta de componentes. Tudo isso vai afetar a arrecadação. Felizmente há notícias de que na China, nosso maior fornecedor, a virose já dá sinais de ser debelada”, disse Silva.
Para o presidente da Centro da Indústria do Estado do Amazona (Cieam), Wilson Périco quanto mais demorar quanto a retomada da atividade, em plena carga, na China, maior o risco de impactos para a atividade das indústrias.
“Em afetando o volume de produção, a empresa vai faturar menos, consequentemente, se arrecada menos tributos e isso afeta arrecadação do Estado e do país”, disse Périco.
Dependência de insumos chineses
Marcelo Ramos (PL) atribuiu possível queda da arrecadação no Estado à dependência que a Zona Franca de Manaus tem da matéria chinesa.
“A ZFM ‘enfraquece’ com o coronavírus, não temos novos navios vindos da China e isso certamente significará retenção da produção da indústria e consequentemente, queda de arrecadação”, afirmou Ramos.
O deputado federal José Ricardo (PT) disse que há uma preocupação no mundo inteiro em relação aos reflexos na economia “causados” pelo coronavírus e afirmou que isso também vai se refletir em Manaus, mesmo não tendo casos confirmados de coronavírus no Estado.
“Nós temos as empresas, várias multinacionais que têm as importações de componentes que vêm da China e os fornecedores de lá estão com fábricas fechadas ou diminuíram as atividades. Há uma diminuição de uma série de importações de insumos fundamentais. Isso vai afetar o polo industrial. Isso pode afetar o faturamento e, consequentemente a arrecadação pública”, disse Ricardo
“Não sou bom nisso, mas penso que ele está falando de turismo ou quem sabe, do cuidado com aglomerações e trabalho nas fábricas e comércio. Só pode ser nesse caminho”, disse o senador Plínio Valerio (PSDB), ao mencionar que não tem muito conhecimento sobre o assunto.
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